
Margarida
tinha 21 anos quando o parlamento de Dublin também reconhecesse Henrique VIII
como chefe da igreja irlandesa, determinando desta forma a separação da Igreja
de Roma, tendo nascido em 1515, na bem sucedida família Berminghan.
Aos
16 anos, casou-se com Bartolomeu Ball e deu a luz a mais de 20 filhos, dos
quais apenas cinco sobreviveram, três homens e duas mulheres. Eles formavam um
casal muito unido, profundamente religioso, com uma sólida posição econômica, e
o marido gozava de prestígio indiscutível, que o levou a ser prefeito de
Dublin.
Embora
eles não estivessem alheios à situação político-religiosa dominante, eles se
comportavam como verdadeiros católicos, continuando a reconhecer o primado do
Papa. Em seu palácio vivia um capelão, que celebrava a Missa normalmente, sua
casa estava aberta a encontros de catequese e oração. Valendo-se da reputação
de seu marido, Margarida chegou a abrir em sua propriedade uma escola católica.
Bartolomeu
morreu em 1568 e Margarida, além da tristeza pela perda de um ente querido,
também fica privada da proteção e do apoio com que ele garantia que ela
professasse e defendesse a Igreja Católica. Apesar de tudo, ela continuou em
seu compromisso, dando hospitalidade em sua casa aos sacerdotes e religiosos,
mesmo quando se tornava extremamente arriscado.
Em
1570, Elizabeth I, que desde que ascendera ao trono permitira que uma feroz
perseguição se acendesse na Inglaterra, especialmente contra os padres
católicos, e que se espalhara rapidamente na Irlanda, foi excomungada. No final
dos anos setenta Margarida foi presa sob a acusação de ter permitido a
realização de uma missa em sua casa, mas logo foi libertada sob fiança.
Enquanto
isso, o seu filho Walter, alimentando o desejo de se tornar prefeito de Dublin,
foi seu único filho que se adaptou às exigências do governo, que era negar sua
fé e reconhecer a supremacia religiosa da rainha da Inglaterra.
Margarida
cumpriu inteiramente o seu dever de mãe, tentando fazer seu filho entender que
nenhum cargo político, de prestígio, pode ser negociado com a fé. O filho não
se convenceu, mas, o que é pior, viu nela a maior inimiga e o maior obstáculo
para alcançar os seus desejos políticos.
Pouco
depois de sua eleição como prefeito, mandou prender a própria mãe sob a
acusação de ter dado hospitalidade em sua casa aos sacerdotes perseguidos.
Margarida,
na idade de quase 70 anos, foi levada em uma carroça pelas ruas de Dublin,
exposta ao escárnio e zombaria de toda a cidade. Uma cela suja, gotejando
umidade, sem ar, a espera, o que inevitavelmente prejudicou a sua saúde.
Precisamente
por causa de sua saúde precária, uns anos depois lhe ofereceram a liberdade em
troca de uma negação pública da sua fé. Receberam a resposta negativa desta
mulher forte e corajosa, que escolheu terminar seus dias na prisão, mártir da
Eucaristia e do Primado Pontifício.
Ela
morreu em sua cela numa data incerta do ano de 1584 e, juntamente com dezesseis
outros fieis (incluindo quatro bispos, seis padres, um irmão religioso e cinco
leigos), ela, a única mãe de família do grupo, foi beatificada por João Paulo
II em 27 de setembro de 1992.
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