O Amor a Deus e ao próximo marcaram sua história, e
seu lema pessoal era a caridade. Aos três votos de pobreza, castidade e
obediência, juntou o quarto: o do jejum quaresmal, da Quarta-feira de cinzas
até o Sábado que antecede a Ressurreição, alimentando-se apenas
de pão, peixe, verdura e água.
São Francisco de
Paula nasceu na Calábria (Itália) em 1416, ou seja, fins do século XV e inícios
do século XVI, e foi o mais jovem fundador de Ordem religiosa. Iniciou sua vida
de forma milagrosa. Logo no primeiro mês de vida, com sérios problemas de saúde,
foi curado milagrosamente, após sua mãe fazer orações a São Francisco de Assis.
Foi então que ela, que já havia pedido incessantemente um filho a esse Santo,
prometeu enviá-lo para um convento como forma de agradecimento.
A partir daí, São Francisco de Paula deu início a sua peregrinação à santidade.
Com cerca de 13 anos, foi para o convento franciscano.
Alguns milagres marcaram a vida do frade-menino
no convento. Certo dia o sacristão mandou-o precipitadamente buscar brasas para
o turíbulo, mas sem indicar-lhe como. Ele, com toda simplicidade, trouxe-as em
seu hábito, sem que este se queimasse. De outra feita, encarregado da cozinha,
colocou os alimentos na panela e esta sobre o carvão, esquecendo-se contudo de
acendê-lo. Foi depois para a igreja rezar e entrou em êxtase, olvidando-se da
hora. Quando alguém, que passara pela cozinha e vira o fogo apagado, chamou-o
perguntando se a refeição estava pronta, Francisco, sem titubear, respondeu que
sim. E chegando à cozinha, encontrou o fogo aceso e os alimentos devidamente
cozidos.
Os frades de São Marcos queriam conservá-lo consigo, mas ele
sentia-se chamado para outra coisa. Dirigiu-se com os pais a Roma, Assis,
Loreto e Monte Cassino. Neste último lugar, sabendo que São Bento ali se
estabelecera para entregar-se todo a Deus, fez o mesmo propósito. Pediu aos
pais que o deixassem viver como eremita na chácara que habitavam. Os pais não
só consentiram, mas passaram a levar-lhe diariamente alimentos.
Francisco queria mais solidão. Por isso, um dia desapareceu e
subiu uma montanha rochosa, onde encontrou uma pequena gruta que transformou,
durante seis anos, em sua morada. Vivendo exclusivamente para Deus, na
contemplação e penitência, alimentava-se de raízes e ervas silvestres. Segundo
a tradição de sua Ordem, recebeu ali o hábito monástico das mãos de um Anjo.
Aos 19 anos
Francisco de Paula já era fundador de uma família religiosa, que existe até
hoje e que é composta de grandes apóstolos, na cidade de São Paulo: os Mínimos,
mosteiro de Cosenza de São Francisco de Assis.
Fez uma
peregrinação à Úmbria, aos lugares santificados por São Francisco e combatia o
luxo e a corrupção dentro da Igreja, procurando novamente aquilo que São
Francisco havia estabelecido, ou seja: a pobreza, a humildade e, sobretudo, a
oração, o que o levava a morar durante certo tempo na solidão e na pobreza
total.
Embora analfabeto, pregava com tanta sabedoria
que pasmava a quem o ouvia. E como tinha em grau heróico a virtude da sabedoria
e as virtudes cardeais – prudência, justiça, temperança e fortaleza –,
brilhavam elas em seu modo de ser e agir, como também em suas palavras. Por
isso, sem o menor constrangimento podia conversar e dar conselhos a Papas, reis
e grandes deste mundo.
A fama de suas virtudes chegara até a França, onde Luís XI fora
atacado por doença mortal. Por isso, pediu ao Santo que o fosse curar. Mas foi
só com ordem formal do Papa que Francisco partiu para aquele país. Isso seria
providencial para a expansão de sua Ordem não só na França, mas também em
outros países da Europa, como Alemanha e Espanha.
São Francisco de Paula, assim que esteve com o rei, discerniu que
a vontade de Deus não era a de curá-lo, mas levá-lo desta vida. E o disse
claramente ao soberano, preparando-o para a morte. O monarca confiou-lhe seus
filhos, principalmente o delfim, então com 14 anos.
Aos três votos de
pobreza, castidade e obediência, juntou o quarto: o do jejum quaresmal, da
Quarta-feira de cinzas até o Sábado que antecede a Ressurreição, alimentando-se apenas de pão, peixe,
verdura e água.
Quem vai a
Itália e atravessa o estreito de Messina verá que uma de suas balsas traz o
nome de São Francisco de Paula.
É que há cinco
séculos passados, ele, muito magro pelos jejuns pediu aos barqueiros que o
transportassem para o outro lado da margem. Como todos se recusassem cada um
alegando um motivo diferente, o nosso santo estendeu o seu velho manto sobre a
água e velejou para o outro lado até o porto de Messina!
São Francisco de
Paula partiu para o Céu em uma Sexta-feira santa, a 2 de abril de 1.507, com 91
anos de idade. Doze anos após sua morte, foi canonizado em 1519.
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