“Em Roma, na presença do Papa Pio XII, 11 cardeais e
mais de 100 bispos, uma garota de sítio que morreu defendendo sua honra há 48
anos atrás foi proclamada santa. As aglomerações de peregrinos italianos e do
ano santo que vieram para ver Maria Goretti canonizada foram tão grandes que
parte das cerimônias, que usualmente tomam lugar na basílica de São Pedro,
tiveram que ser feitas do lado de fora.
Maria Goretti, que viveu em uma vila próxima a Anzio, tinha 11 anos quando um jovem de 19 anos tentou estuprá-la. Maria resistiu e ele esfaqueou-a por 14 vezes. Porém, antes de morrer, Maria rogou: “Que Deus o perdoe, eu o quero no céu”. A história de sua piedade se espalhou, e ela ficou conhecida como “A Mártir da Pureza”. Em 1917, por causa de seu martírio, ela deu o primeiro passo para a santidade: ela foi beatificada. Antes que pudesse se tornar uma santa, entretanto, milagres tinham que ser atribuídos a ela. Logo após sua beatificação, duas pessoas que rezaram por sua intercessão foram curadas de doenças – uma mulher de pleurisia, um homem com o pé gravemente ferido. Esses foram aceitos pela Igreja como autênticos milagres.
No dia da canonização de Maria, estava presente o homem que a matou e
passou 27 anos na cadeia por seu crime cumpriu penitência no monastério
Capuchino, onde ele agora trabalha, também a mãe de Maria, agora com 86 anos, assistiu
a cerimônia de uma janela na praça de São Pedro, a única mãe que já
presenciou a canonização de um filho.
Papa Pio XII, vestindo um manto vermelho simbolizando o martírio, é levado através da
quadra para o altar, onde a primeira canonização ao ar livre na história da
Igreja foi realizada. No dia seguinte o Papa celebrou a Missa em honra de Santa
Maria no interior da basílica de São Pedro.
Reportagem da Life Magazine de 17 de
Julho de 1950.
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