Onofre foi um eremita que viveu no Egito no final do século IV e
início do século V. Ele foi encontrado por um abade chamado Pafúncio.
Acostumado a fazer visitas a alguns eremitas na região de Tebaida, esse abade
empreendeu sua peregrinação a fim de descobrir se também seria chamado a
vivê-la.
Pafúncio perambulou no deserto durante vinte e um dias, quando, totalmente exausto e sem forças, caiu ao chão. Nesse instante, viu aparecer uma figura que o fez estremecer: era um homem idoso, de cabelos desgrenhados e longa barba que desciam até o chão, recoberto de pêlos tal qual um animal, usando uma tanga de folhas.
Era comum os eremitas serem encontrados com tal aspecto, pois viviam sozinhos no isolamento do deserto. No final, ficavam despidos porque qualquer vestimenta era difícil de ser encontrada e reposta.
No primeiro instante, Pafúncio pôs-se a correr, assustado, com aquela figura. Porém, minutos depois, essa figura o chamou dizendo que nada temesse, pois também era um ser humano e servo de Deus.
O abade retornou ao local e os dois passaram a conversar. Onofre disse a Pafúncio o seu nome e explicou-lhe a sua verdadeira história. Era monge em um mosteiro, mas sentira-se chamado à vida solitária. Resolveu seguir para o deserto e levar a vida de eremita, a exemplo de são João Batista e do profeta Elias, e há 70 anos estava vivendo apenas de ervas e do pouco alimento que encontrasse.
Onofre falou sobre a fome e a sede que sentira e também sobre o conforto que Deus lhe dera alimentando-o com os frutos de uma tamareira que ficava próxima da gruta que era sua moradia. Em seguida, conduziu Pafúncio à tal gruta, onde conversaram sobre as coisas celestes até o pôr-do-sol, quando apareceu, repentinamente, diante dos dois, um pouco de pão e água que os revigorou.
Pafúncio falou a ele sobre seu desejo de tornar-se um eremita. Mas Onofre disse que não era essa a vontade de Deus, que o tinha enviado para assistir-lhe a morte. Depois, deveria retornar e contar a todos sua vida e o que presenciara. Pafúncio ficou, e assistiu quando um anjo deu a eucaristia a Onofre antes da morte, no dia 12 de junho.
Retornando à cidade, escreveu a história de santo Onofre e a divulgou por toda
a Ásia. A devoção a este santo era muito grande no Oriente e passou para o
Ocidente no tempo das cruzadas. O dia 12 de junho foi mantido pela Igreja,
tendo em vista a época em que Pafúncio viveu e escreveu o livro da vida de
santo Onofre, que buscou de todas as maneiras os ensinamentos de Deus.
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