terça-feira, 24 de março de 2015

Santa Catarina da Suécia

Santa Catarina de Suécia, nasceu em 1331. Era a quarta filha do Príncipe Ulf Gudmarsson, e de sua esposa, Santa Brígida da Suécia. Pequena ainda foi confiada à abadessa do Mosteiro Cisterciense de Bisberg, para ali receber sua educação.
     
Por decisão de seu pai, casou-se aos dezesseis anos com o virtuoso Conde Egard Lydersson van Kurner. Como era freqüente então, os jovens esposos decidiram, de comum acordo, viver em castidade, imitando a Santíssima Virgem e São José, e inteiramente dedicados à oração, aos jejuns e às obras de caridade.
     
Karl, o irmão mais velho de Catarina, príncipe leviano e mundano, procurou de todas as formas afastar a irmã de tal vida de perfeição, sem resultado. Por outro lado, com suas admoestações e com seu exemplo Santa Catarina conseguiu que sua cunhada, Gyda, esposa de Karl, renunciasse à vida luxuosa e dissipada que levava.
     
Numa peregrinação a Santiago de Compostela, que Santa Brígida fizera com o marido, este faleceu ainda na Espanha. Viúva, Santa Brígida resolveu ir para Roma, a fim de estar nos lugares santos e para socorrer os peregrinos suecos.
     
Catarina desejou ardentemente ir reunir-se à mãe. Tendo obtido a permissão do marido, iniciou a longa viagem para Roma no Ano Santo de 1350. Quando chegou na Cidade Eterna, sua mãe se encontrava no Mosteiro de Farfa, no Lácio. Dirigiu-se então Catarina para aquele mosteiro para se encontrar com a mãe.
     
Catarina havia passado já algumas semanas com a mãe, quando decidiu voltar à Suécia. Contudo, sua mãe havia tido uma revelação divina em que Deus a fazia saber que Catarina era a companheira e a colaboradora que Ele havia designado para que Brígida concluísse a fundação da Ordem de São Salvador.
     
Consultada sobre os planos de Deus a seu respeito, sabedora que junto com sua mãe teria que enfrentar dores e contrariedades, Catarina respondeu que estava disposta a acatar a vontade divina, nem que para isso devesse deixar a Pátria, os amigos e parentes, e mesmo seu esposo. Pouco depois Santa Brígida tomou conhecimento, por meio de uma visão, do falecimento do Conde Egard em seu castelo da Suécia.
     
Catarina passou então por uma provação enorme: foi invadida por uma grande depressão. Em meio à tristeza sentia um grande amargor e desalento. Enquanto sua mãe e seus acompanhantes visitavam as igrejas romanas para ganhar indulgências, ela permanecia em casa. A Virgem Maria veio em seu socorro: apareceu-lhe e prometeu-lhe sua proteção se ficasse junto de sua mãe.
     
Catarina obedeceu a sua Mãe celeste: ela e a mãe viviam em Roma na mais estrita pobreza voluntária, ganhando o sustento com o trabalho de suas mãos, visitando igrejas, dedicando-se a penitências e jejuns, sem abandonar os exercícios de piedade, especialmente a meditação da Paixão de Cristo, e praticando a caridade. Davam esmolas aos pobres e ensinavam a doutrina católica para os pobres estrangeiros.
     
Os biógrafos nos contam um fato que ressalta a ternura filial de Catarina. Ela e sua mãe dormiam sobre o solo; porém quando Santa Brígida já havia adormecido, sua filha procurava pôr uma almofada sob a cabeça da mãe.

     
Catarina viveu durante 25 anos com sua mãe, a quem procurava imitar. Em 1372, ela e seu irmão Birger acompanharam a mãe em peregrinação pela Itália - foram a Assis para visitar a igreja de São Francisco - e chegaram à Terra Santa. Após regressarem a Roma, Santa Brígida faleceu, em 1373, e foi enterrada na Igreja de São Lourenço. Seu corpo foi depois transladado para a Suécia por Catarina.
     
A passagem dos restos mortais de Santa Brígida pela Suécia foi uma procissão triunfal. O povo acudia de toda parte e os milagres floresciam.
     
Após o enterro de sua mãe, Catarina ingressou no Mosteiro de Vadstena, vivendo ali sob a Regra que durante vinte e cinco anos havia praticado em Roma junto de sua mãe. Pouco tempo depois, foi eleita abadessa.

Os registros relatam mais fatos prodigiosos, ocorridos com a nova abadessa, pois Catarina foi eleita sucessora da mãe no convento. Eles contam que alguns pretendentes queriam que ela abandonasse os votos e o hábito depois a morte de Edgard. Um, mais audacioso, ao tentar atacá-la, teria ficado cego e só recuperado a visão depois de se ajoelhar aos seus pés e pedir perdão, quando abriu os olhos viu ao lado de Catarina um cervo selvagem. Por isso, nas suas representações sempre há um cervo junto dela. 
     
Catarina voltou a Roma para apressar a canonização de sua mãe, lá permanecendo cinco anos. Com a morte de Gregório XI e o cisma que ocorreu com a ascensão de Urbano VI, a canonização de Santa Brígida só seria aprovada por Bonifácio IX em 1401, quando Catarina já havia falecido.
     
Em 1380, Catarina já estava de volta ao seu Mosteiro de Vadstena, onde morreu em 24 de março de 1381, após longos meses de enfermidade, dando exemplos de humildade, mortificação e paciência. Mas, o fim de sua vida não foi o fim de sua influência. Logo após seu falecimento luzes eram vistas sobre seu corpo, e por vários dias uma estrela pairou sobre a casa onde estavam seus restos mortais.
     
Conta-se que em uma ocasião Catarina salvara Roma de uma inundação apenas tocando as águas do Tibre com seus pés. Ainda em Roma, a irmã de um de seus conhecidos caiu doente. Ela havia levado uma vida pecaminosa e, apesar de estar à morte, não queria se arrepender nem se confessar. Santa Catarina de joelhos pediu a Deus que comovesse aquele coração duro. Imediatamente desencadeou-se uma grande tormenta que abrandou o coração da moribunda: ela fez uma confissão contrita e morreu convertida.

   
Seus biógrafos relatam inúmeros outros milagres, certificados e fidedignos, apresentados em seu processo de canonização.
     
Em 1484, o Papa Inocêncio VIII permitia festejar Santa Catarina como a segunda fundadora dos mosteiros brigidinos. Santa Brígida fora a autora da Regra da Ordem e foi sua filha quem a pôs em prática em Vadstena, organizando o primeiro mosteiro e trabalhando para obter a aprovação canônica da Ordem. Santa Catarina deixou assegurada a fundação da Ordem de São Salvador, de monges e monjas, sob a jurisdição da Abadessa de Vadstena.

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