As cinzas que nós recebemos neste dia é um símbolo para a
reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, recordando a
passageira, transitória, efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte. A Quaresma nos convida a despertar, a nos
lembrarmos de que somos criaturas, e não somos Deus
Cada fiel tem a sua testa assinalada com uma cruz de cinzas,
deixando uma marca que normalmente deixamos na testa até ao pôr do sol, antes
de lavá-la. Esse simbolismo relembra a antiga tradição do Médio Oriente de
jogar cinzas sobre a cabeça como símbolo de arrependimento perante Deus (como
relatado diversas vezes na Bíblia). É um dia de jejum e abstinência.
Quaresma, uma vez mais. Tempo forte na caminhada do ano litúrgico. Convite e
apelo para o silêncio, a prece, a conversão.
Quaresma é tempo forte de oração, jejum e esmola:
Oração - a
força de todo cristão e de todo aquele que crê. Na fraqueza e na
fragilidade da nossa vida, podemos voltar para Deus com a confiança de
filhos e entrar em comunhão com Ele. Diante de tantas feridas que nos
fazem mal, somos chamados a mergulhar no mar da oração, que é o mar do amor sem
limites de Deus.
Jejum - uma escolha sóbria, que não desperdiça nada,
mas ajuda a “treinar o coração” à partilha. O jejum tem sentido se,
realmente, atinge a nossa segurança, também quando oferece benefícios aos
outros, se nos ajuda a crescer no espírito do Bom Samaritano, que se inclina
sobre o seu irmão em dificuldade e cuida dele.
Esmola - significa gratuidade, pois ela é oferecida
ao necessitado sem esperar nada em troca. A gratuidade deve ser uma das
características do cristão, que, consciente de ter recebido tudo de Deus
gratuitamente , sem qualquer mérito, aprende a dar aos outros também de forma
gratuita.
Na Igreja primitiva, a duração da Quaresma variava, mas
eventualmente começava seis semanas (42 dias) antes da Páscoa.
Isto só dava por resultado 36 dias de jejum (já que se
excluem os domingos). No século VII foram acrescentados quatro dias antes do
primeiro domingo da Quaresma estabelecendo os quarenta dias de jejum, para
imitar o jejum de Cristo no deserto.
Era prática comum em Roma que os penitentes começassem sua
penitência pública no primeiro dia de Quaresma. Eles eram salpicados de cinzas,
vestidos com sacos e obrigados a manter-se longe até que se reconciliassem com
a Igreja na Quinta-feira Santa ou a Quinta-feira antes da Páscoa. Quando estas
práticas caíram em desuso (do século VIII ao X) o início da temporada
penitencial da Quaresma foi simbolizada colocando cinzas nas cabeças de toda a
congregação.
Hoje em dia na Igreja, na Quarta-feira de Cinzas, o cristão
recebe uma cruz na fronte com as cinzas obtidas da queima das palmas usadas no
Domingo de Ramos do ano anterior.
Nenhum comentário:
Postar um comentário