“Assim
como os pastores – os primeiros convidados para irem até junto do Menino
recém-nascido deitado na manjedoura – personificam os pobres de Israel e, em
geral, as almas simples que interiormente vivem muito perto de Jesus, assim
também os homens vindos do Oriente personificam o mundo dos povos, a Igreja dos
gentios: os homens que, ao longo de todos os séculos, se encaminham para o
Menino de Belém, n’Ele honram o Filho de Deus e se prostram diante d’Ele. A
Igreja chama a esta festa «Epifania» – a manifestação do Divino. Se
considerarmos o fato de que desde então homens de todas as proveniências, de
todos os continentes, das mais diversas culturas e das diferentes formas de
pensamento e de vida se puseram, e estão, a caminho de Cristo, podemos
verdadeiramente dizer que esta peregrinação e este encontro com Deus na figura
do Menino é uma Epifania da bondade de Deus e do seu amor pelos homens (cf. Tt 3,
4).” Papa Bento XVI – 6/01/2013
A Igreja celebra a
Epifania, isto é, a manifestação do Senhor ao mundo inteiro. Os Magos representam os povos de todas as línguas e
nações que se põem a caminho, chamados por Deus, para adorar Jesus (cf. Mt 2,
1-12).
Nos Reis Magos, vemos
milhares de almas de toda a terra que se procuram o Senhor para adorará-Lo.
Passaram-se vinte séculos desde aquela primeira adoração, e esse longo desfile
do mundo inteiro continua chegando a Cristo.
A festa da Epifania incita
todos os fiéis a partilharem dos anseios e fadigas da Igreja, que “ora e
trabalha ao mesmo tempo, para que a totalidade do mundo se incorpore ao Povo de
Deus, Corpo do Senhor e Templo do Espírito Santo” (LG 17). Nós podemos ser
daqueles que, estando no mundo, imersos nas realidades temporais, viram a
estrela de uma chamada de Deus e são portadores dessa luz interior que se
acende em consequência do trato diário com Jesus. Sentimos, pois, a necessidade
de fazer com que muitos indecisos ou ignorantes se aproximem do Senhor e
purifiquem a sua vida.
A Epifania é a festa da fé e
do apostolado da fé. “Participam desta festa tanto os que já chegaram à fé como
os que procuram alcançá-la. Participa desta festa a Igreja, que cada ano se
torna mais consciente da amplitude da sua missão. A quantos é necessário levar
ainda a fé! Quantos homens é preciso ainda reconquistar para a fé que perderam,
numa tarefa que é às vezes mais difícil do que a primeira conversão!
A Epifania recorda-nos que
devemos esforçar-nos por todos os meios ao nosso alcance para que todos os nossos
amigos, familiares e colegas se aproximem de Jesus.
Os Magos, seguindo a
estrela, encontram o lugar onde estava o Salvador com Maria e José. E voltaram
às suas regiões por outro caminho.
Quem encontra Jesus Cristo
muda de caminho. Toma outro caminho. Um caminho novo, o caminho de Jesus Cristo
que se apresenta como o Caminho. O encontrar Deus no menino transforma a vida
das pessoas. Já não podem voltar a Herodes. Voltaram por outro caminho à sua
região. Importa seguir a estrela que pousará onde está Jesus Cristo. Precisamos
estar atentos à estrela. A estrela são todos os sinais de Deus para que
encontremos o Messias Salvador: a Palavra de Deus, os Sacramentos, o Magistério
da Igreja, uma boa palavra do sacerdote ou de pessoas amigas, os acontecimentos
da vida.
Os Magos seguiram a estrela.
Não duvidaram, porque sua fé era sólida, firme; não titubearam perante a fadiga
de tão longa viagem, porque o seu coração era generoso. Não adiaram a viagem
para mais tarde, porque tinham alma decidida. É importante aprender dos Magos a
virtude da perseverança: mesmo durante o tempo em que a estrela se ocultou aos
seus olhares continuaram à procura do Menino! Também nós devemos perseverar na
prática das boas obras, mesmo durante as mais obscuras trevas interiores. É a prova
do espírito, que somente pode ser superada num intenso exercício de fé. Sei que
Deus assim o quer, devemos repetir nesses momentos: Sei que Deus me chama e
isso basta! “Sei em quem pus a minha confiança” (2Tm 1, 12).
Sejamos estrelas que vão indicando o caminho ao próximo
para que ele encontre o Messias Salvador.
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