sexta-feira, 7 de agosto de 2020

07 de agosto - São Sisto II (Papa) e companheiros mártires


Papa de número 24 (257-258), é um dos mártires mais venerados da Igreja. De origem grega- nasceu em Atenas -  foi eleito papa para substituir o Papa Santo Estêvão I e governou a Igreja durante um ano.

Possuía caráter bondoso e solucionou as discórdias que haviam atormentado a Igreja durante o governo de Cornélio, Lúcio e Estêvão. Trouxe de volta à Igreja as pessoas de Antioquia e os africanos que se haviam separado devido à controvérsia sobre a validação do batismo ministrado por hereges (aqueles que renegavam a fé durante a perseguição).

A questão polêmica era a seguinte: se um herege quisesse retornar à Igreja, após ter renegado a fé, deveria ser batizado de novo ou seria suficiente o batismo que havia recebido a primeira vez? Isto dividia a Igreja. De um lado, a de Roma, que aceitava o retorno apenas com a confirmação através da crisma. Do outro, a do Oriente, em especial a da Antioquia e da Alexandria, que exigia um novo batismo. A discórdia aumentou, quando o papa Vitor I, impôs o procedimento romano a ser seguido por todos, sob pena de excomunhão.

Moderado e pacifista, Sisto II neutralizou a excomunhão. Dizendo que não estava em jogo a fé comum, nem a união com o sucessor de Pedro, cada Igreja ou grupo de Igrejas, devia resolver a questão com independência e de acordo com as circunstâncias dos fatos, resolvendo o antigo problema. Assim, trouxe de volta à Igreja os cristãos da Antioquia e os da Alexandria que haviam se distanciado, e a harmonia se estabeleceu. 

Foi durante seu pontificado que o Imperador Valeriano abandonou a política de tolerância para com os cristãos, ordenando-lhes que participassem de cerimônias religiosas patrocinadas pelo estado e proibindo-os de se reunir nas catacumbas. Em um segundo decreto estabeleceu que os bispos, sacerdotes e diáconos fossem decapitados no mesmo lugar onde fossem encontrados, sumariamente sem julgamento.

Sisto II fez o traslado das relíquias de São Pedro e São Paulo para um local seguro, após este decreto. Depois, foi surpreendido pelos soldados enquanto celebrava a Santa Missa, no cemitério.

Assim os soldados imperiais ao surpreenderem o Papa enquanto estava sentado na cátedra episcopal pregando à congregação, em um cemitério particular, agarraram o pontífice, com os quatro diáconos que estavam com ele Agapito, Estevão, Feliz, e Januário, e os decapitaram naquele local, no dia 6 de agosto de 258. Dois outros diáconos: Magno e Vicente, foram executados mais tarde, no mesmo dia, e São Lourenço, quatro dias depois.
A antiga tradição diz que, quando Lourenço viu que iam matar o Sumo Pontífice, este lhe disse:

“A nós, porque somos velhos, nos foi designado o percurso de um caminho mais fácil; a ti, porque és jovem, corresponde um triunfo mais glorioso sobre o tirano. Logo virá, deixe de chorar: dentro de três dias me seguirás. Entre um bispo e um levita, é conveniente que exista este intervalo”

Foi sepultado na Catacumba de São Calisto, na cripta dos papas e foi sucedido por São Dionísio (260-268). Escreveram sobre ele Eusébio de Cesaréia, em sua História Eclesiástica, e Cipriano de Cartago e o papa poeta São Dâmaso dedicou-lhe um conjunto de versos líricos.
A cátedra manchada de sangue onde estava sentado ao ser morto foi posta atrás do altar da capela da cripta.




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