Papa de número 24
(257-258), é um dos mártires mais venerados da Igreja. De origem grega- nasceu
em Atenas - foi eleito papa para
substituir o Papa Santo Estêvão I e governou a Igreja durante um ano.
Possuía caráter
bondoso e solucionou as discórdias que haviam atormentado a Igreja durante o
governo de Cornélio, Lúcio e Estêvão. Trouxe de volta à Igreja as pessoas de
Antioquia e os africanos que se haviam separado devido à controvérsia sobre a
validação do batismo ministrado por hereges (aqueles que renegavam a fé durante a perseguição).
A questão polêmica
era a seguinte: se um herege quisesse retornar à Igreja, após ter renegado a
fé, deveria ser batizado de novo ou seria suficiente o batismo que havia
recebido a primeira vez? Isto dividia a Igreja. De um lado, a de Roma, que
aceitava o retorno apenas com a confirmação através da crisma. Do outro, a do
Oriente, em especial a da Antioquia e da Alexandria, que exigia um novo
batismo. A discórdia aumentou, quando o papa Vitor I, impôs o procedimento
romano a ser seguido por todos, sob pena de excomunhão.
Moderado e
pacifista, Sisto II neutralizou a excomunhão. Dizendo que não estava em jogo a
fé comum, nem a união com o sucessor de Pedro, cada Igreja ou grupo de Igrejas,
devia resolver a questão com independência e de acordo com as circunstâncias
dos fatos, resolvendo o antigo problema. Assim, trouxe de volta à Igreja os
cristãos da Antioquia e os da Alexandria que haviam se distanciado, e a
harmonia se estabeleceu.
Foi durante seu
pontificado que o Imperador Valeriano abandonou a política de tolerância para com
os cristãos, ordenando-lhes que participassem de cerimônias religiosas
patrocinadas pelo estado e proibindo-os de se reunir nas catacumbas. Em um
segundo decreto estabeleceu que os bispos, sacerdotes e diáconos fossem
decapitados no mesmo lugar onde fossem encontrados, sumariamente sem
julgamento.
Sisto II fez o
traslado das relíquias de São Pedro e São Paulo para um local seguro, após este
decreto. Depois, foi surpreendido pelos soldados enquanto celebrava a Santa
Missa, no cemitério.
Assim os soldados
imperiais ao surpreenderem o Papa enquanto estava sentado na cátedra episcopal
pregando à congregação, em um cemitério particular, agarraram o pontífice, com
os quatro diáconos que estavam com ele Agapito, Estevão, Feliz, e Januário, e
os decapitaram naquele local, no dia 6 de agosto de 258. Dois outros diáconos: Magno
e Vicente, foram executados mais tarde, no mesmo dia, e São Lourenço, quatro
dias depois.
A antiga tradição
diz que, quando Lourenço viu que iam matar o Sumo Pontífice, este lhe disse:
“A nós, porque
somos velhos, nos foi designado o percurso de um caminho mais fácil; a ti,
porque és jovem, corresponde um triunfo mais glorioso sobre o tirano. Logo
virá, deixe de chorar: dentro de três dias me seguirás. Entre um bispo e um
levita, é conveniente que exista este intervalo”
Foi sepultado na
Catacumba de São Calisto, na cripta dos papas e foi sucedido por São Dionísio
(260-268). Escreveram sobre ele Eusébio de Cesaréia, em sua História
Eclesiástica, e Cipriano de Cartago e o papa poeta São Dâmaso dedicou-lhe um
conjunto de versos líricos.
A cátedra manchada
de sangue onde estava sentado ao ser morto foi posta atrás do altar da capela
da cripta.
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