O
Evangelho de hoje, abre-se com a imagem da vinha. Jesus disse aos seus
discípulos: “Eu sou a videira verdadeira, e o meu Pai é o agricultor”. Na
Bíblia, Israel é muitas vezes comparado com a vinha fecunda, quando é fiel a
Deus; mas, quando se afasta d’Ele, torna-se estéril, incapaz de produzir aquele
vinho que alegra o coração do homem.
A
vinha verdadeira de Deus, a videira verdadeira é Jesus que, com o seu
sacrifício de amor, nos oferece a salvação, nos abre o caminho para fazermos
parte desta vinha. E do mesmo modo como Cristo permanece no amor de Deus Pai,
assim também os discípulos, sabiamente podados pela Palavra do Mestre, se
estiveram unidos de modo profundo a Ele, tornam-se ramos fecundos, que produzem
uma colheita abundante. São Francisco de Sales escreve: O ramo unido e vinculado ao tronco produz fruto não pela sua própria
virtude, mas em virtude do cepo: pois bem, nós fomos unidos pela caridade ao
nosso Redentor, como os membros à cabeça; eis por que motivo... as boas obras,
haurindo o seu valor d’Ele, merecem a vida eterna.
No
dia do nosso Batismo, a Igreja enxerta-nos como ramos no Mistério Pascal de
Jesus, na sua própria Pessoa. Desta raiz nós recebemos a linfa preciosa para
participar na vida divina.
Como
discípulos, também nós, com a ajuda dos Pastores da Igreja, crescemos na vinha
do Senhor, vinculados pelo seu amor. Se o fruto que devemos produzir é o amor,
o seu pressuposto consiste precisamente neste “permanecer”, que tem profundamente
a ver com aquela fé que não deixa o Senhor. É indispensável permanecermos sempre unidos a Jesus, dependermos d’Ele,
porque sem Ele nada podemos fazer.
Numa
carta escrita a João, o Profeta, que viveu no deserto de Gaza no século v, um
fiel formula a seguinte pergunta: como é possível manter unidos a liberdade do
homem e o fato de nada podemos fazer sem Deus? E o monge responde: se o homem
inclina o seu coração para o bem, e pede ajuda a Deus, recebe a força
necessária para realizar a própria obra. Por isso, a liberdade do homem e o
poder de Deus procedem juntos. Isto é possível, porque o bem provém do Senhor,
mas ele é levado a cabo graças aos seus fiéis.
Papa
Bento XVI – 06 de maio de 2012
Hoje celebramos:
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