domingo, 31 de julho de 2016

Santo Inácio de Loyola


O nosso brasão, dos jesuítas, é um monograma, o acrônimo de "Iesus Hominum Salvator" (IHS). Cada um de vocês poderá me dizer: 'Sabemos disso muito bem!'. Mas esse brasão nos lembra continuamente uma realidade que nunca devemos esquecer: a centralidade de Cristo para cada um de nós e para a Companhia inteira, que Santo Inácio quis chamar justamente "de Jesus", para indicar o ponto de referência.


Além disso, também no início dos Exercícios Espirituais, ele nos coloca diante de nosso Senhor Jesus Cristo, do nosso Criador e Salvador. E isso leva a nós, jesuítas, e a toda a Companhia a sermos "descentrados", a ter diante de nós o "Cristo sempre maior", o "Deus semper maior", o "intimior intimo meo", que nos leva continuamente para fora de nós mesmos, leva-nos a uma certa kenosis, a "sair do próprio amor, vontade e interesse”.

Papa Francisco – Homilia 31 de julho de 2013 no dia da Memória de Santo Inácio de Loyola
 

Santo Inácio de Loyola nasceu em 1491, na casa torre dos senhores de Loyola, no norte da Espanha. Era o décimo terceiro filho do casal e entrou aos l9 anos como pajem na corte do Rei Fernando V. Dotado de temperamento ardente e belicoso, a carreira das armas o seduziu. Em uma batalha, durante o cerco de Pamplona foi gravemente ferido na perna. Durante longa convalescença, por falta de livros de cavalaria, que o apaixonavam, deram-lhe para ler a Vida de Jesus Cristo e a Vida dos Santos. Tal leitura foi para ele uma revelação. Compreendeu que a Igreja também possuía sua milícia, a qual, sob ordens do representante de Cristo, luta para defender na Terra os interesses sagrados do Deus dos exércitos.

Saindo de casa, na abadia de Montserrat, Inácio depõe a sua espada aos pés da Santíssima Virgem e sua alma generosa, outrora seduzida pela glória do mundo, não mais aspira senão pela maior glória do grande Rei que doravante servirá.

Na noite da Anunciação, a 25 de Março, depois da confissão de suas faltas, fez a vigília de armas e pela Mãe de Jesus é armado cavaleiro de Cristo e da Igreja militante, sua esposa.
Vivendo por um tempo em contemplação e estudos em uma caverna, ele iniciou a escrita do seu famoso trabalho chamado "Exercícios Espirituais". 

Ele deixou Manresa em 1523 e foi para Roma e de lá para Jerusalém onde ele converteu muçulmanos locais. Os franciscanos o convenceram a voltar para Barcelona onde ele ficou 11 anos estudando em Alcalá, Salamanda e Paris. Em março de 1534 ele recebeu o seu grau de mestrado.
Durante este tempo Inácio reuniu um grupo de seguidores que fortaleceu a sua busca espiritual. Em 15 de agosto de 1534 na capela beneditina do Monastério de Paris eles tomaram os votos de pobreza,castidade e obediência e uma especial esperança de expedições missionárias na Terra Santa. Este momento foi o nascimento da Sociedade de Jesus. Eles foram a Itália e receberam a ordenação em 1537, mas ficou logo claro que a peregrinação a Terra Santa seria impossível. Assim eles se apresentaram ao Santo Padre e ofereceram os seus serviços. O Papa Paulo III (1534-1549) imediatamente reconheceu o potencial deles e deu sua aprovação verbal para a Ordem em 1539. A aprovação formal veio em 1540 através da Bula Papal "Regimini Militantis Ecclesiae". Inacio foi eleito o primeiro Provincial Geral da Ordem da Companhia de Jesus em 22 de abril de 1541.

O resto de sua vida ele se devotou a avançar a causa da Sociedade. Ele redigiu a Constituição da Ordem em 1550 e fundou o Colégio Romano (mais tarde chamado de Universidade Gregoriana)e iniciou o Colégio Germano em Roma para preparar padres para o esforço de recuperar a Alemanha perdida ao protestantismo. Inácio foi o responsável por criar uma ordem religiosa única e a mais significativa da historia da igreja. Os Jesuítas provaram ser uma corajosa e nova comunidade com uma devoção especial a Santa Sé, educados de forma brilhante e ampla, com especial atenção a teologia, a filosofia e a pregação missionária, eles se converteram nos melhores e mais preparados educadores e missionários da Igreja.

O lema que santo Inácio escolheu para sua milícia foram: Ad Maiorem Dei Gloriam — Para a Maior Gloria de Deus. Eis toda a sua santidade. E o fim da Criação, o fim da elevação do homem ao mundo sobrenatural, o fim dos preceitos do Evangelho em que almas generosas renunciam às coisas lícitas para se ocuparem mais livremente dos interesses de Deus e para lhe darem essa totalidade de glória acidental, cujo uso pelos homens, de coisas ilícitas, O havia privado. A 31 de julho de 1556 morre Santo Inácio, pronunciando o nome de Jesus. Sua Companhia, espalhada pelo mundo inteiro, contava então dez províncias e cem colégios.

O Jesuítas hoje tem 30.000 membros, 500 universidades e colégios, e ensinam a 200.000 estudantes a cada ano e o Papa Francisco pertence a esta ordem.


"O amor deve ser colocado mais nas obras do que nas palavras".

“A vitória mais bela que se pode alcançar é vencer a si mesmo.”



“Encontrar Deus em todas as coisas e ver que todas as coisas vem do alto”.


“Para aqueles que creem, nenhuma explicação é necessária; e para aqueles que não creem, nenhuma explicação é possível.”


 


sábado, 30 de julho de 2016

São Leopoldo Mandic

Era o dia 14 de maio de 1944. A Europa estava em plena guerra e a Itália, aliada da Alemanha, sofria as consequências do seu envolvimento no conflito. Pádua tinha sido escolhida como alvo da aviação inimiga. As bombas choviam, devastando a cidade. A igreja dos capuchinhos foi duramente atingida, bem como grande parte do convento.
Cessada a tempestade, quando a fumaça se dissipou, o trágico alcance da destruição apareceu aos olhos de todos. Algo, porém, chamava enormemente a atenção: uma pequena parcela daquele mosteiro permanecia intacta no meio das ruínas. A fúria demolidora do bombardeio respeitara de modo miraculoso apenas um aposento e uma imagem de Nossa Senhora das Graças.
Doze anos antes - em 23 de março de 1932, Frei Leopoldo, predissera que a Itália seria envolvida num mar de fogo e sangue. Iniciada a guerra, perguntaram-lhe se Pádua seria bombardeada. Sua resposta foi clara: "Será, e duramente. Também o convento e a igreja serão atingidos, mas esta pequena cela, não, esta não! Aqui Deus usou de tanta misericórdia para com as almas, que deve ficar como monumento de Sua bondade!"
Leopoldo Mandic nasceu na Dalmácia, atual Croácia, em 12 de maio de 1866. Os pais, católicos fervorosos, batizaram-no com o nome de Bogdan, que significa "dado por Deus". Desde pequeno apresentou como características a constituição física débil e o caráter forte e determinado. Mais novo de uma família numerosa, completou os estudos primários na aldeia natal.

Naquela época, o ambiente social e religioso da região da Dalmácia era marcado por profundas divisões entre católicos e ortodoxos, o que incomodava o espírito católico do pequeno Bogdan, que decidiu dedicar sua vida à reconciliação dos cristãos orientais com Roma.

Aos dezesseis anos, ingressou na Ordem de São Francisco de Assis, em Udine, Itália, adotando o nome de Leopoldo. Foi ordenado sacerdote em Veneza, onde concluiu todos os estudos em 1890. Sua determinação era ser um missionário no Oriente e promover a unificação dos cristãos. Viajou duas vezes para lá, mas não em missão definitiva.

Leopoldo foi destinado aos serviços pastorais nos conventos capuchinhos por causa da saúde precária. Ele era franzino, tinha apenas 1,40 m de altura e uma doença nos ossos. Com grande espírito de fé, submeteu-se à obediência de seus superiores. Iniciou, assim, o ministério do confessionário, que exerceu até a sua morte. No início, em diversos conventos do norte da Itália e, depois, em Pádua, onde se tornou "o gigante do confessionário".

A cidade de Pádua é famosa por ser um centro de numerosas peregrinações. É em sua basílica que repousam os restos mortais de santo Antônio. Leopoldo dedicava quase doze horas por dia ao ministério da confissão. Para os penitentes, suas palavras eram uma fonte de perdão, luz e conforto, que os mantinham na fidelidade e amor a Cristo. Sua fama correu, e todos o solicitavam como confessor.

Foi quando ele percebeu que o seu Oriente era em Pádua. E fez todo o seu apostolado ali, fechado num cubículo de madeira, durante 33 anos seguidos, sem tirar um só dia de férias ou de descanso. Pequenino e frágil, com artrite nas mãos e joelhos e com câncer no esôfago, ofereceu toda a sua agonia alegremente a Deus.

Frei Leopoldo Mandic morreu no dia 30 de julho de 1942, em Pádua. O seu funeral provocou um forte apelo popular e a fama de sua santidade espalhou-se, sendo beatificado em 1976. O papa João Paulo II incluiu-o no catálogo dos santos em 1983, declarando-o “herói do confessionário” e "apóstolo da união dos cristãos", um modelo para os que se dedicam ao ministério da reconciliação.

Hoje também celebramos São Pedro Crisólogo

quarta-feira, 27 de julho de 2016

São Raimundo Zanfogni



“Raimundo Zanfogni é exemplo de um santo peregrino medieval que, após a morte de sua esposa e cinco filhos, comprometeu-se a uma série interminável de peregrinações dedicando-se ao alívio dos pobres e doentes”.  
Ele nasceu em Piacenza no ano 1140. Seus pais eram simples e dedicados ao trabalho. Raimundo recebeu de sua mãe, em casa, toda a educação cristã e literária. Aos doze anos foi encaminhado pelo pai a trabalhar no ofício de sapateiro.
Aos quatorze anos seu pai faleceu e o jovem decidiu dedicar sua vida a Deus, pretendendo assim peregrinar até o Santo Sepulcro. Empreendeu com sua mãe a viagem que aconteceu sob diversas intempéries que foram vencidas pelos dois, mas ao retornar Raimundo foi abalado pelo falecimento de sua mãe.

Tinha quinze anos quando retornou à sua terra natal, depois desta viagem. Ele nasceu em Piacenza, Itália, no ano de 1140. Mais tarde, incentivado pelos seus parentes, se casou e teve cinco filhos, porém, todos morreram no mesmo ano. Nasceu então um outro, Geraldo, forte e sadio, mas, a esposa adoeceu e morreu quando o menino ainda era muito pequeno. Por isto, decidiu deixar o filho com os sogros, que o educaram no seguimento de Cristo, e se tornou um peregrino.

Primeiro foi à Santiago de Compostela, depois à Roma, de onde seguiu para Jerusalém e voltou novamente para Roma. Mas, em oração, escutou do próprio Cristo sua vontade que ele retornasse à Piacenza para dedicar-se aos pobres e necessitados. Assim ouviu Raimundo: “Eu quero que você retorne à sua terra natal de Piacenza, onde há tantas pessoas pobres e tantos que estão doentes e oprimidos por várias calamidades que imploram pela minha misericórdia”. Retornou e imediatamente iniciou a sua obra.
Raimundo passou a cuidar dos doentes e moribundos, num tempo em que não existia assistência aos necessitados. Fundou uma espécie de hospedaria-albergue onde tratava a todos com dedicação e dignidade, enxergando em cada um deles a face de Cristo. Como não tinha muitas posses, se tornou esmoler, para manter suas obras. Frequentava todos os dias as igrejas, pregava pelas ruas e fazia procissões com seus pobres, solicitando a caridade das pessoas. Logo ele passou a abrigar também as crianças abandonadas, que se tornaram a grande razão de sua vida. 

Além de dar abrigo e cuidado, afeto e carinho, ele catequizava à todos, na doutrina cristã. Era um simples leigo, tinha pouca instrução, mas possuía o dom da sabedoria e pregava com autoridade. Por isto, ele tomou a iniciativa de advertir publicamente o próprio Bispo, que não se posicionava com firmeza frente aos problemas da cidade. 
Começou a pregar contra a ganancia dos ricos, fazia procissões e passeatas com os pobres. ia na frente carregando ima grande cruz nos ombros e gritando profeticamente;
"Ajudem-nos! Estamos morrendo de fome enquanto vocês vivem na abundância!"  
 
Na época, Piacenza e Cremona, passavam por constantes lutas, resultando em mortos inocentes. Servindo de mediador, Raimundo conseguiu solucionar o conflito.
Tornou-se o protetor dos pobres e das vítimas dos abusos de todos os gêneros, que ele mesmo acompanhava aos tribunais defendendo-os na frente dos juízes insensíveis e prepotentes. As autoridades do governo, por fim, passaram a consulta-lo em todas as questões que envolviam os pobres.

Ele faleceu, no dia 27 de julho de 1200, entre seus pobres e exortando ao filho Geraldo, que se tornasse sacerdote, o que de fato ocorreu, pouco tempo depois. Com fama de santidade em vida, foi sepultado próximo à Capela dos Doze Apóstolos.
Logo as notícias de graças e prodígios se espalharam pela região e a casa dos seus pobres, passou a ser chamada de Hospedaria de São Raimundo Zanfogni. Mas ele só foi canonizado em 1602, pelo Papa Clemente VIII, que designou dia de sua morte, para a celebração litúrgica.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

São Tiago - o Maior

Galileu, filho de Zebedeu, dividia o nome com outro apóstolo: Tiago, o Menor,  descendente de Alfeu.

Tiago era natural de Betsaida, onde nasceu por volta do ano 5 d.C. em uma família de pescadores. Foi um dos escolhidos pessoalmente por Jesus, que o convidou a segui-lo quando ele pescava no lago de Genesaré. Seu irmão João, o discípulo amado, seu parceiro de trabalho, também foi chamado naquele instante, e ambos se apressaram a seguir o Mestre, por quem entregariam a vida. A resposta imediata, deixando trabalho e família sem medir riscos nem pensar demais, sinal que já tinha se manifestado antes em Pedro e em André, é uma das características do seguimento, testemunho vivo para quem é surpreendido por Jesus no caminho. Eles entenderam, naquele instante de mudança radical de vida, o que significava o espírito presente nas suas palavras: “Farei de vós pescadores de homens”. De algum modo, entenderam que se tratava de muito mais do que sobrenaturalizar o seu ofício: era uma via para o paraíso prometido.

Uma ideia do caráter daqueles jovens pescadores vem do apelido que Cristo lhes deu: “Boanerges”, ou seja, “filhos do trovão”. Algumas passagens evangélicas refletem o seu temperamento impulsivo e imaturo, dotado também de uma certa ousadia, não livre de ingenuidade, mas, em todo caso, envolta na ambição e num inseparável egoísmo, como quando apoiaram sua mãe no pedido de privilégios que ela fez a Cristo para os filhos. O Redentor respondeu com infinita paciência, numa observação profética: eles seriam capazes de beber o cálice? Sua resposta afirmativa foi corroborada por Ele, e se cumpriu em Tiago no cruento martírio, mas o objeto da conversa estava nas mãos do Pai: saber se eles poderiam sentar-se, no céu, um à sua direita e o outro à sua esquerda.

Indubitavelmente, a impetuosidade e a paixão bem direcionadas são fontes de graças. Assim, a vulcânica veemência do coração daqueles irmãos teve em Jesus a via genuína para crescer adequadamente. Os dois despertaram os anseios de incontáveis pessoas, que, seduzidas por aquela torrente inesgotável de paixão pelo Senhor, se dispuseram a entregar suas vidas a Deus.

Tiago, junto com seu irmão João e com Pedro, fazia parte de uma tríade privilegiada dentro da comunidade dos Doze. Eles foram testemunhas de momentos singulares, que aos outros discípulos não foram concedidos. Eles acompanharam o Redentor em momentos gloriosos e também dolorosos. Contemplaram a Transfiguração no Monte Tabor, que ardentemente desejaram prolongar, e, se não tivessem sucumbido ao sono, os três teriam testemunhado ainda a terrível agonia de Jesus no Getsêmani, porque eram os que estavam mais perto dele naquela hora. Tiago estava presente quando Jesus devolveu milagrosamente a saúde à sogra de Pedro e ressuscitou a filha de Jairo. Teve a graça de ver o Mestre, já Ressuscitado, na aparição às margens do lago de Tiberíades, e estava em Jerusalém no momento da vinda do Espírito Santo.

Após a ressurreição, os discípulos deram início a um trabalho evangelizador que levou alguns deles para muito longe das fronteiras em que tinham crescido. Segundo a tradição, Tiago chegou à Espanha, deixando as marcas da fé diretamente recebida de Cristo em dois lugares emblemáticos: em Santiago de Compostela e em Saragoça, a antiga Cesaraugusta. Primeiro, ele teria passado pela Galiza e, uma vez semeado ali o Evangelho, prosseguiria para Saragoça.

Às margens do rio Ebro, descansaria das intensas jornadas apostólicas com um grupo de sete seguidores, os únicos que tinham se convertido. Aflito diante da dureza de coração das pessoas em quem o paganismo tinha se arraigado tanto, obteve a consolação de Maria, que lhe apareceu naquelas paragens em 2 de janeiro do ano 40 d.C. Ela estava de pé, sobre uma coluna de luz rodeada de anjos. (Esta aparição é a mais antiga e é conhecida como Virgem do Pilar)
Depois de lhe garantir grandes frutos apostólicos, pediu-lhe que erguesse uma igreja e um altar justamente no lugar onde estava o pilar em que repousava. Acompanhou seu pedido com a promessa de permanecer até o fim dos tempos naquele lugar, “para que a virtude de Deus obre portentos e maravilhas por minha intercessão junto àqueles que, em suas necessidades, implorarem meu patrocínio”. Ela pediu, ainda, que Tiago voltasse a Jerusalém depois de materializar o seu pedido. Maria desapareceu e deixou a coluna de jaspe, em torno à qual foi edificada a igreja solicitada, a atual basílica da Virgem do Pilar, na cidade de Saragoça.

São Tiago voltou para Jerusalém, como Maria tinha pedido, e, no ano 41, foi martirizado durante a perseguição do rei Herodes Agripa. Foi o primeiro discípulo mártir. Ainda de acordo com a tradição, seu corpo sepultado em Jerusalém foi depois transferido pelos seus discípulos para a Galiza. Seus restos são venerados na catedral de Santiago de Compostela.

Os estudiosos não chegaram a nenhum acordo quanto à confiabilidade desses relatos. Há discordâncias de datação que não se encaixam. O fato é que o suposto túmulo de São Tiago deu origem à Rota Jacobeia, um dos fenômenos mais fecundos da história em todos os níveis espirituais e culturais, incessantemente percorrida por milhares de peregrinos que a visitam há séculos.

Outras versões, também não corroboradas, sugerem novas trajetórias do apóstolo Tiago em Cartagena e Lérida. São Tiago, ou Santiago, como é chamado no país, é o padroeiro da Espanha e de outros muitos países do mundo, com grande veneração especialmente na América Latina

domingo, 24 de julho de 2016

Beato Modestino de Jesus e Maria



"Tu, Senhor, és a minha esperança, minha confiança desde a minha mocidade"(Sl 71, 5). Assim canta a Igreja, sempre animada pelo sopro do Espírito Santo. Assim repete o Beato Modestino de Jesus e Maria, hoje, sacerdote da Ordem dos Frades Menores, uma testemunha única para a misericórdia de Deus e criador de esperança no Sul da Itália, na primeira metade do século passado.

Para ele, Deus, o Pai teve o prazer de revelar, desde os anos da infância, os mistérios do reino dos céus(cf. Mt 11, 25), fazendo-o descobrir o verdadeiro valor da pessoa, que é implementado na adesão generosa com os pobres crucificados com Cristo e no dom de si aos outros.

Vivendo em uma sociedade marcada pela marginalização e sofrimento moral, Modestino sabia como compartilhar plenamente as expectativas e ansiedades dos fracos, respondendo à necessidade profunda de Deus presente em nossos irmãos sedentos de justiça e de amor. Assim, tornou-se o fermento de renovação e sinal vivo da esperança. Realmente a mão do Senhor estava sobre ele tornando-se, para cada categoria social, ministro da misericórdia e consolação, especialmente através da celebração diligente e paciente do Sacramento da Reconciliação.

Frei Modestino era o autêntico "irmão universal": todo mundo podia contar com ele, encontrando escuta, acolhimento, partilha. Este amor levou-o até ao dom de si mesmo, quando ele não hesitou em expor-se ao perigo de morte para ajudar os nossos irmãos e irmãs afetadas por uma epidemia de cólera. Ele compartilhou de fato o destino todo o caminho, ser vítima de caridade."

João Paulo II – Homilia de Beatificação – 29 de janeiro de 1995
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Em Nápoles, cidade da Campanha, o Beato Modestino de Jesus e de Maria Mazzarella, presbítero da Ordem dos Frades Menores que, aproximando-se sempre de toda classe de pobres e aflitos, ao assistir aos moribundos em tempo de cólera, morreu contagiado pela mesma enfermidade.

Domingos Mazzarella nasceu em Frattamaggiore, província de Nápoles, no seio de uma família de humildes artesãos. Aos 16 anos foi acolhido gratuitamente no seminário de Aversa.
Atraído logo pela austera vida dos franciscanos do vizinho convento de Grumo Nevano, em 1822 vestiu o hábito de São Francisco no convento de Piedimonte Matese e fez o ano do noviciado no convento de Santa Lucia del Monte, Nápoles.
Em 1824 emitiu a profissão religiosa e, depois de um regular curso de estudos filosóficos e teológico,  foi ordenado sacerdote em 1827.

Empenhado rapidamente no ministério da pregação e na celebração do sacramento da Reconciliação, Frei Modestino de Jesus e Maria exerceu também, com dedicação exemplar, o ofício de guardião (superior) nos conventos de Mirabella Eclano (Avellino) e de Pignataro Maggiore (Caserta).

Em 1839 foi transferido ao convento de Santa Maria de la Sanitá, Nápoles, situado em um dos bairros mais populosos da cidade, onde permaneceu até o dia de sua morte, exercendo um proveitoso e admirável ministério sacerdotal, sobre tudo, em favor dos mais pobre e enfermos.
Distinguiu-se particularmente por seu zelo na defesa da vida nascente e na difusão da devoção à Santíssima Virgem sob a invocação de “Mãe do Bom Conselho”, que levava no coração desde os anos de sua juventude.

Em 1854, afetado pela cólera que contraíra enquanto assistia às vítimas dessa epidemia, depois de haver pedido perdão aos irmãos e invocado com fervor a Mãe do Senhor, morreu, com grande pesar de seus numerosos beneficiados e de toda Nápoles.

O alcaide da cidade, o príncipe de San Agaito, ao saber a notícia da morte de Frei Modestino, exclamou comovido: “Perdemos o consolo de Nápoles”.
Foi beatificado por São João Paulo II em janeiro de 1995.

sábado, 23 de julho de 2016

Tríduo de São Joaquim e Santa Ana


No dia 26 de Julho a Igreja comemora os avós de Jesus; pais de Nossa Senhora: São Joaquim e Santa Ana.
Deus abençoou o matrimônio, e São Joaquim e Santa Ana, já anciãos, concebem um filho: a Imaculada Virgem Maria

Em preparação para essa Festa vamos começar hoje um Tríduo de Oração