sábado, 11 de maio de 2019

11 de maio - Então, Jesus disse aos doze: “Vós também vos quereis ir embora?” Jo 6,67


O Evangelho descreve a reação do povo e dos próprios discípulos, escandalizados com as palavras do Senhor, a ponto que muitos, depois de o terem seguido até então, exclamam: "Duras são estas palavras! Quem pode escutá-las?" A partir de então "muitos dos Seus discípulos retiraram-se e já não andavam com Ele", e acontece sempre de novo a mesma coisa, em diversos períodos da história.
Poderíamos esperar que Jesus procure maneiras para se fazer compreender melhor, mas Ele não abranda as suas afirmações, aliás dirige-se diretamente aos Doze, dizendo: "Também vós quereis retirar-vos?"

Esta pergunta provocatória não se destina só aos ouvintes de então, mas atinge os crentes e os homens de todas as épocas. Também hoje muitos permanecem "escandalizados" diante do paradoxo da fé cristã. Os ensinamentos de Jesus parecem "duros", demasiado difíceis de aceitar e de pôr em prática. Então há quem rejeita e abandona Cristo; há quem procura "adaptar" a sua palavra às modas dos tempos desvirtuando o seu sentido e valor.

"Também vós quereis retirar-vos?". Esta preocupante provocação ressoa no nosso coração e espera de cada um uma resposta pessoal; trata-se de uma pergunta feita a cada um de nós. Jesus não se contenta com uma pertença superficial e formal, não lhe é suficiente uma primeira e entusiasta adesão; ao contrário, é necessário participar toda a vida no seu pensar e no seu quere". Segui-l'O enche o coração de alegria e dá sentido pleno à nossa existência, mas inclui dificuldades e renúncias porque com muita frequência se deve ir contra a corrente.

"Também vós quereis retirar-vos?". Pedro responde à pergunta de Jesus em nome dos Apóstolos, dos crentes de todos os séculos: "Senhor, para quem havemos nós de ir? Tu tens palavras de vida eterna; e nós acreditamos e sabemos que és o Santo de Deus". Queridos irmãos e irmãs, também nós podemos e queremos repetir a resposta de Pedro neste momento, conscientes da nossa fragilidade humana, dos nossos problemas e dificuldades, mas confiantes no poder do Espírito Santo, que se exprime e se manifesta na comunhão com Jesus.

Papa Bento XVI – 23 de agosto de 2009

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