Mas há uma terceira verdade, que é inseparável da anterior:
Ele vive! É preciso recordá-lo com frequência, porque
corremos o risco de tomar Jesus Cristo apenas como um bom exemplo do passado,
como uma recordação, como Alguém que nos salvou há dois mil anos. De nada nos
aproveitaria isto: deixava-nos como antes, não nos libertaria. Aquele que nos
enche com a sua graça, Aquele que nos liberta, Aquele que nos transforma,
Aquele que nos cura e consola é Alguém que vive. É Cristo ressuscitado, cheio de vitalidade sobrenatural, revestido de
luz infinita. Por isso dizia São Paulo: Se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa
fé (1 Cor 15, 17).
Mas, se Ele vive,
então poderá estar presente em cada momento da tua vida, para o encher de luz. Assim, nunca mais haverá solidão nem
abandono. Ainda que todos nos abandonem, Jesus permanecerá, como prometeu: Eu estarei sempre convosco até ao fim dos
tempos (Mt 28, 20). Tudo preenche com a sua presença invisível e, para
onde quer que vás, lá estará Ele à tua espera. É que Ele não só veio, mas vem e continuará a vir todos os dias, para
te convidar a caminhar para um horizonte sempre novo.
Contempla Jesus feliz, transbordando de alegria. Alegra-te
com o teu Amigo que triunfou. Mataram o Santo, o
Justo, o Inocente, mas Ele venceu. O mal não tem a última palavra. Também na
tua vida, o mal não terá a última palavra, porque o teu Amigo, que te ama, quer
triunfar em ti. O teu Salvador vive.
Se Ele vive, isso é
uma garantia de que o bem pode triunfar na nossa vida e de que as nossas
fadigas servirão para qualquer coisa. Então podemos deixar de nos lamentar e
podemos olhar em frente, porque com Ele é possível sempre olhar em frente. Esta
é a certeza que temos: Jesus é o vivente eterno; agarrados a Ele, viveremos e
atravessaremos, ilesos, todas as formas de morte e violência que se escondem no
caminho.
Qualquer outra
solução será frágil e temporária: talvez se mostre útil por algum tempo, mas de
novo nos encontraremos desprotegidos, abandonados, expostos às intempéries.
Pelo contrário, com Ele, o coração está enraizado numa segurança basilar, que
perdura mais além de tudo. São Paulo diz querer estar unido a Cristo, para
poder assim conhecê-Lo a Ele, na força da sua ressurreição (Fl 3, 10). Tal
é a força que se manifestará sempre de novo na tua existência, porque Ele veio para dar-te a vida, e vida em
abundância (Jo 10, 10).
Se conseguires
apreciar com o coração a beleza deste anúncio e te deixares encontrar pelo
Senhor; se te deixares amar e salvar por Ele; se entrares na sua intimidade e
começares a conversar com Cristo vivo sobre as coisas concretas da tua vida,
esta será a grande experiência, será a experiência fundamental que sustentará a
tua vida cristã. Esta será também a experiência que poderás comunicar a outros
jovens. Porque, no início do ser
cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um
acontecimento, com uma Pessoa, que dá à vida um novo horizonte e, desta forma,
o rumo decisivo.
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