quinta-feira, 9 de maio de 2019

09 de maio - Beata Carmen Rendiles Martínez


Madre Carmen Rendiles Martínez, fundadora da Congregação Servos de Jesus na Venezuela foi a terceira Beata do país, e nos ensina com seu exemplo de vida a superar as adversidades e a nos aproximar do amor de Deus. 
Ela nasceu em Caracas em 11 de agosto de 1903, era a terceira de nove irmãos em uma família com uma tradição religiosa profundamente enraizada, na qual incutiam um senso de dever e amor pelos outros.
Apesar de ter vindo ao mundo sem o braço esquerdo, a Madre Carmen cresceu entre seus irmãos com independência e espírito de liderança, o que ajudou todos os membros de sua família a enfrentarem no melhor espírito os obstáculos que nunca impediram a Madre Carmen de desenvolver e destacar-se em sua família e vida social.

Com apenas quinze anos ela já expressava um profundo desejo de dedicar sua vida a Deus. Uma fraqueza pulmonar durante sua adolescência separou-a por alguns meses da vida social para recuperar sua saúde e dedicar-se à oração. Foi então que a sua vocação se manifestou com maior clareza e começou a desenvolver-se na vida cristã como catequista e fonte de apostolado para a sua família e amigos.

Em 25 de fevereiro de 1927, com 24 anos de idade e depois de percorrer vários conventos, tocou nas portas da Congregação dos Servos de Jesus no Santíssimo Sacramento de Caracas, uma instituição de origem francesa recém-chegada à Venezuela, que conseguiu satisfazer os seus desejos de humildade e pobreza. Ali o Senhor esperava por ela, e mostrou-lhe o caminho.
Nesse mesmo ano, no dia 8 de setembro, Madre Carmen ingressou no noviciado da Congregação, depois de concluir seus estudos e preparação prévia. Em 8 de setembro de 1932, ela fez os votos perpétuos que a tornaram um membro definitivo desta família religiosa.

Ela conduziu sua vida religiosa com a naturalidade, liderança e caridade que era conhecida desde a infância. Suas irmãs religiosas asseguram que ela era uma fonte de alegria dentro da Congregação, deixando uma marca indelével em todos aqueles que poderiam compartilhar ao seu lado.
"Ela era uma pessoa muito piedosa, que ficava perto de cada uma de nós como outra irmã. Ela nos ensinou a amar Jesus na Eucaristia e a permanecer sempre em oração ", diz a irmã Teresita Hurtado, que se lembra dela com muito carinho.

Com apenas 33 anos, Madre Carmen foi nomeada professora de noviços e, em 1947, foi nomeada superiora da Casa Mãe na Venezuela.
Sob sua liderança, os trabalhos da instituição se expandiram em vários estados do país, sempre focados no atendimento aos outros.
A partir de 1942, a Congregação iniciou seu trabalho educativo, fundando as Escolas Betânia, Santa Ana, Belém e Nossa Senhora do Rosário. No serviço que prestaram a várias paróquias, também contribuíram para a elaboração das hóstias e adornos litúrgicos.

Entre suas virtudes, a pobreza se destacou. Suas irmãs religiosas lembram como ela viveu essa virtude não como um fardo, mas aproveitando para seguir o exemplo de Jesus.
A simplicidade com que ela viveu a levou a construir vários móveis que a Congregação usava na sede principal. Hoje, algumas dessas peças estão preservadas no museu localizado na Escola Belém, em Caracas, incluindo um guarda-roupa e uma base para vasos.

Como Superiora Provincial, Madre Carmen se opõe quando o governo geral da Congregação na França, depois do Concílio Vaticano II, decidiu estabelecer-se como instituto secular, fato que implicava uma transformação do carisma fundador.
Com firmeza as religiosas venezuelanas consultaram suas irmãs e o episcopado venezuelano e, com o apoio especial do Cardeal José Humberto Quintero, iniciaram o processo de separação da comunidade francesa, que culminou em 1965 com a constituição de uma nova congregação religiosa que se denominaria doravante "Servos de Jesus" na Venezuela.

Em 1969, foi nomeada Superiora Geral, cargo que ocupou com autoridade, mas com grande caridade para com as irmãs. Com o passar dos anos, Madre Carmen enriqueceu sua natureza humana, sempre confiando na graça de Deus e conseguiu transmitir este exemplo a todos os Servos de Jesus.
Em 9 de maio de 1977, pouco depois de completar 50 anos de vida religiosa, Madre Carmem morre em Caracas com o odor da santidade.

Dezoito anos depois, em 5 de julho de 2013, o Papa Francisco declarou-a Venerável da Igreja, reconhecendo que ela exercia as virtudes cristãs em grau heroico. 
Madre Carmen foi elevada aos altares como terceira Beata da Venezuela e primeira de Caracas em 16 de junho de 2018, em cerimônia realizada no Estádio Universitário de Caracas, presidida pelo Cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para a as causas dos santos.

Carmen Rendiles foi beatificada depois de lhe serem atribuídos vários milagres de fé. Entre eles está o da médica cirurgiã venezuelana Trinette Durán de Branger, que foi vítima de uma forte descarga elétrica quando realizava uma operação no Hospital Pérez Carreño de Caracas, em 2003.

A descarga queimou as luvas da médica e afetou três dedos de uma mão, paralisando depois o braço e causando incessantes dores. Prestes ser operada, a médica apelou a Carmem Rendiles para que intercedesse na sua cura.
Em resposta, viu um raio de luz dirigir-se ao ombro e ficou restabelecida a mobilidade do braço e mãos, pelo que não chegou a ser operada.





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