A
fonte do amor verdadeiro, é única: é Deus. São João ressalta bem este aspecto
ao afirmar que "Deus é amor”; ele não quer dizer apenas que Deus nos ama,
mas que o próprio ser de Deus é amor. Estamos aqui diante da revelação mais
luminosa da fonte do amor que é o mistério trinitário: em Deus, uno e trino, há
um intercâmbio eterno de amor entre as pessoas do Pai e do Filho, e este amor
não é uma energia ou um sentimento, mas uma pessoa, é o Espírito Santo.
Como
se nos manifesta o Deus-Amor? Mesmo se já na criação são claros os sinais do
amor divino, a revelação total do mistério íntimo de Deus verificou-se com a
Encarnação, quando o próprio Deus se fez homem. Em Cristo, verdadeiro Deus e
verdadeiro Homem, conhecemos o amor em todo o seu alcance. De fato, "a verdadeira novidade do Novo
Testamento não consiste em ideias novas, mas na própria figura de Cristo, que
dá carne e sangue aos conceitos um realismo extraordinário”. A manifestação
do amor divino é total e perfeita na Cruz, onde, "é assim que Deus demonstra o seu amor para conosco: quando
ainda éramos pecadores é que Cristo morreu por nós" (Rm 5, 8).
Portanto, cada um de nós pode dizer sem receio de errar: "Cristo amou-me e entregou-se a Si
mesmo por mim".
Na
cruz Cristo grita: "Tenho sede": revela assim uma sede ardente de amar
e de ser amado por todos nós. Unicamente se conseguirmos compreender a
profundeza e a intensidade deste mistério, nos apercebemos da necessidade e da
urgência de o amar por nossa vez "como" Ele nos amou. Isto exige o
compromisso de dar também, se for necessário, a própria vida pelos irmãos
amparados pelo Seu amor. Já no Antigo Testamento Deus dissera: "Amarás
o teu próximo como a ti mesmo", mas a
novidade de Cristo consiste no fato de que amar como Ele nos amou significa
amar todos, sem distinções, também os inimigos, "até ao fim".
Papa
Bento XVI – 01 de abril de 2007
Hoje celebramos:
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