Nºs 118 a 123
A
segunda verdade é que, por amor, Cristo entregou-Se até ao fim para te salvar.
Os seus braços abertos na cruz são o sinal mais precioso dum amigo capaz de
levar até ao extremo o seu amor: Ele,
que amava os seus que estavam no mundo, levou o seu amor por eles até ao
extremo (Jo 13, 1).
São Paulo dizia viver confiado naquele amor
que, por ele, se deu totalmente: A vida
que agora tenho na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus que me amou e a Si
mesmo Se entregou por mim (Gal 2, 20).
E Cristo, que nos salvou dos nossos pecados na
Cruz, com o mesmo poder da sua entrega total, continua a salvar-nos e
resgatar-nos hoje. Olha para a sua Cruz,
agarra-te a Ele, deixa-te salvar, porque, quantos se deixam salvar por Ele, são
libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento.
E, se pecares e te afastares, Ele volta a
levantar-te com o poder da sua Cruz. Nunca
esqueças que Ele perdoa setenta vezes sete. Volta uma vez e outra a
carregar-nos aos seus ombros. Ninguém nos pode tirar a dignidade que este amor
infinito e inabalável nos confere. Ele permite-nos levantar a cabeça e
recomeçar, com uma ternura que nunca nos defrauda e sempre nos pode restituir a
alegria.
Nós
fomos salvos por Jesus: porque nos ama e não pode deixar de o fazer.
Porque só o que se ama pode ser salvo. Só o que se abraça, pode ser
transformado. O amor do Senhor é maior que todas as nossas contradições, que
todas as nossas fragilidades e que toda nossa mesquinhez, mas é precisamente
através das nossas contradições, fragilidades e mesquinhez que Ele quer escrever
esta história de amor. Abraçou o filho
pródigo, abraçou Pedro depois de O ter negado e abraça-nos sempre, sempre,
sempre, depois das nossas quedas, ajudando-nos a levantar e ficar de pé. Porque
a verdadeira queda – atenção a isto! – a verdadeira queda, aquela que
nos pode arruinar a vida, é ficar por terra e não se deixar ajudar.
O seu perdão e a sua salvação não são algo que
compramos, ou que temos de adquirir com as nossas obras ou com os nossos
esforços. Jesus perdoa-nos e liberta-nos
gratuitamente. A sua doação na Cruz é algo tão grande que não podemos nem
devemos pagá-lo; devemos apenas recebê-lo com imensa gratidão e com a alegria
de ser tão amados, ainda antes que o pudéssemos imaginar: Ele nos amou primeiro (1 Jo 4, 19).
Queridos
jovens, vós não tendes preço! Não sois mercadoria
em leilão! Por favor, não vos deixeis comprar, não vos deixeis seduzir, não vos
deixeis escravizar pelas colonizações ideológicas que incutem ideias estranhas
na nossa cabeça, tornando-nos por fim escravos, dependentes, fracassados na
vida. Deveis repetir sempre isto: eu não estou em leilão, eu não tenho preço,
sou livre! Apaixonai-vos por esta liberdade, que nos é oferecida por Jesus.
Fixa
os olhos nos braços abertos de Cristo crucificado, deixa-te salvar sempre de
novo. E quando te aproximares para confessar os teus
pecados, crê firmemente na sua misericórdia que te liberta de toda a culpa.
Contempla o seu sangue derramado pelo grande amor que te tem e deixa-te
purificar por ele. Assim, poderás renascer sempre de novo.
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