Nos
últimos decênios tem-se visto o avanço de uma "desertificação"
espiritual, mas agora, infelizmente, o vemos ao nosso redor todos os dias. É o
vazio que se espalhou.
No
entanto, é precisamente a partir da experiência deste deserto, deste vazio, que
podemos redescobrir a alegria de crer, a sua importância vital para nós homens
e mulheres.
No
deserto é possível redescobrir o valor daquilo que é essencial para a vida;
assim sendo, no mundo de hoje, há inúmeros sinais da sede de Deus, do sentido
último da vida, ainda que muitas vezes expressos implícita ou negativamente.
E
no deserto existe, sobretudo, necessidade de pessoas de fé que, com suas
próprias vidas, indiquem o caminho para a Terra Prometida, mantendo assim viva
a esperança.
A
fé vivida abre o coração à Graça de Deus que liberta do pessimismo. Hoje, mais
do que nunca, evangelizar significa testemunhar uma vida nova, transformada por
Deus, indicando assim o caminho. A viagem é uma metáfora da vida, e o viajante
sábio é aquele que aprendeu a arte de viver e pode compartilhá-la com os irmãos
- como acontece com os peregrinos no Caminho de Santiago, ou em outros caminhos
de peregrinação que, não por acaso, estão novamente em voga nestes últimos
anos.
Por
que tantas pessoas hoje sentem a necessidade de fazer esses caminhos? Não seria
porque neles encontraram, ou pelo menos intuíram o significado do nosso estar
no mundo?
Eis
aqui o modo como podemos representar nossa vida: uma peregrinação nos desertos
do mundo contemporâneo, em que se deve levar apenas o que é essencial: nem
cajado, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem duas túnicas - como o Senhor
exorta aos Apóstolos ao enviá-los em missão, mas sim o Evangelho e a fé da
Igreja.
Hoje celebramos:
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