O Evangelho de hoje nos leva à hora suprema em que Jesus
se despede dos apóstolos antes da paixão. Na alegria do tempo pascal a Igreja
faz meditar sobre um momento triste, de angústia: aquele no qual Jesus, que sabe
o que acontecerá, se despede com o longo e bonito discurso contido nos
capítulos de João, que precede as horas do Getsemani e da paixão. Nesta
despedida, o Senhor faz dois gestos que são instituições: dois gestos para os
discípulos e para toda a Igreja futura. Dois gestos que são, por assim dizer, o
fundamento da sua doutrina: a instituição da Eucaristia e o lava-pés. Destes
gestos nascem dois mandamentos: os dois mandamentos que levarão a Igreja a
crescer, se formos fiéis.
Antes
de tudo há o primeiro mandamento que é o do amor. E é novo pois, havia o
mandamento do amor — amar o próximo como a si mesmo — mas este dá mais um
passo: amar o próximo como Eu vos amei. Portanto: amor ilimitado, sem o qual a
Igreja não progride nem respira. Sem o amor, ela não cresce, transforma-se numa
instituição vazia, de aparências, de gestos infecundos. Com a Eucaristia, na
qual Jesus oferece como alimento o seu Corpo e como bebida o seu Sangue, Ele diz
como devemos amar, até ao fim.
Depois
há outro gesto, o do lava-pés, em que Jesus nos ensina o serviço, como caminho
do cristão. Com efeito, o cristão existe para servir, não para ser servido. E é
uma regra válida para a vida inteira. Tudo está contido nela: na história,
muitos homens e mulheres que a levaram a sério deixaram vestígios de uma vida
verdadeiramente cristã: de amor e de serviço. Eis a herança de Jesus: “Amai-vos como Eu amei” e “servi-vos uns aos outros”. Lavai os
pés uns aos outros, como Eu os lavei a vós.
Portanto,
na última Ceia o Senhor deixou os dois mandamentos do amor e do serviço, e
depois uma admoestação que se lê no breve trecho evangélico proposto pela
liturgia do dia: Deveis amar-vos como servos, deveis servir porque sois servos.
Papa
Francisco – 26 de abril de 2018
Hoje celebramos:
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