terça-feira, 8 de maio de 2018

08 de maio - Beata Miriam Teresa Demjanovich


A vida da Irmã Miriam Teresa prova-nos que a união da alma a Deus na contemplação é a fonte de todo o apostolado autêntico, que a oração não está reservada a pessoas de elite mas é uma necessidade de todo o cristão na fidelidade ao seu batismo.

Teresa Demjanovich nasceu no dia 26 de março de 1901 em Bayonne, Nova Jersey, Estados Unidos. Era a mais nova de sete filhos de Alexander Demjanovich e Joana Suchy, originários da Eslováquia, e emigraram para os Estados Unidos. Recebeu o batismo, a confirmação e a primeira comunhão no rito bizantino rutênio de que seus pais eram fieis praticantes.

Teresa completou sua educação primária na idade de 11 anos e recebeu o diploma da escola secundária em 1917, nesse tempo ela desejava ser carmelita, porém permaneceu em casa para cuidar de sua mãe que se encontrava enferma.  Depois da morte de sua mãe na epidemia de influenza de 1918, sua família a animou a ingressar no College of Saint Elizabeth, onde começou sua carreira universitária em setembro de 1919, graduando-se com honra em julho de 1923 com especialidade em literatura.

Teresa anelava pela vida religiosa, porém diversas circunstâncias tornavam incerta a decisão em que comunidade devia entrar. Entretanto, ela aceitou um posto de professora na Academia de Santo Aloisio na cidade de Nova Jersey e durante sua permanência muitas pessoas comentavam sua humildade e genuína piedade. Era muito comum encontrá-la rezando de joelhos na capela do colégio, era muito dedicada à recitação do Rosário.

Tomava parte do coro da Paroquia de São Vicente de Paula. Durante o verão e o outono de 1924, Teresa rezava para discernir o rumo de sua vida. Visitou as Carmelitas Descalças do Bronx, Nova York, porém devido a vários problemas de saúde, incluindo dores de cabeça, lhe sugeriram esperar uns anos antes de ingressar.

Sua família lhe sugeria que usasse sua educação para servir a Deus num instituto dedicado ao ensino. Ela fez uma novena para a festa da Imaculada Conceição daquele ano e ao conclui-la, no dia 8 de dezembro, decidiu ingressar nas Irmãs da Caridade de Santa Isabel.
Ela esperava entrar no convento em 2 de fevereiro de 1925, porém seu pai faleceu no dia 30 de janeiro, o que a fez postergar seu ingresso até o dia 11 de fevereiro, festa de Nossa Senhora de Lourdes. Seu irmão Carlos Demjanovich, que era sacerdote, e duas irmãs a acompanharam ao convento.

Foi admitida ao noviciado e no dia 17 de maio de 1925 recebeu o hábito religioso e tomou o nome de Miriam (Maria).

Teresa entra como postulante para as Irmãs da Caridade, oferecendo a Deus o sacrifício do seu sonho carmelita. De imediato, ganha a hostilidade da sua mestra de noviças que não compreende a sua “veia” mística. Nessa época, as congregações religiosas na América não entendiam a necessidade de conciliar ação e contemplação. O próprio capelão, padre Bradley, amigo e conselheiro de Teresa, luta em vão contra essa estreiteza de espírito.

Apesar das incompreensões e vexações que sofre, Teresa, agora Irmã Miriam Teresa, revela-se uma noviça exemplar, humilde, discreta. Adapta-se a tudo, apoiada pelo seu diretor espiritual e pela convicção que Deus a quer naquele lugar. Enriquecida espiritualmente por Deus, é ela que prepara e escreve as reflexões e retiros pregados pelo padre Bradley à comunidade, a pedido do próprio. Só após a morte da jovem religiosa se saberá desta verdade, pois é considerada por todas como insignificante. Miriam Teresa aceita o anonimato e o desprezo das suas irmãs como uma missão: “Nosso Senhor pediu-me para sacrificar a minha vida pela conversão da comunidade.”


Nunca recebeu uma transferência oficial de rito, portanto continuava sendo católica bizantina enquanto servia como religiosa em uma congregação de rito latino.
     
Em novembro de 1926, Miriam adoeceu. Depois de uma amigdalectomia, saiu da enfermaria e voltou para o convento, porém apenas podia caminhar para sua habitação. Depois de uns dias, ela perguntou se podia voltar para a enfermaria, mas sua superiora, pensando que era estranho que alguém tão jovem podia estar tão doente, lhe disse: "Acalma-te".

Quando o Padre Bradley viu quão doente ela estava, avisou seu irmão, que chamou uma de suas irmãs que era enfermeira. Ela foi ao convento e a levou imediatamente para o hospital, onde ela foi diagnosticada com "esgotamento físico e nervoso, com miocardite e apendicite aguda". Os médicos não acreditavam que ela seria suficientemente forte para uma operação e seu estado piorou.

A profissão de votos permanentes foi feita "in articulo mortis" (perigo de morte) no dia 2 de abril de 1927. Ela foi operada de apendicite em 6 de maio de 1927 e faleceu dois dias depois. Seu funeral ocorreu no dia 11 de maio de 1927 e foi sepultada no Cemitério da Sagrada Família, em terrenos das Irmãs da Caridade de Santa Isabel.

Sua beatificação deveu-se ao reconhecimento da cura milagrosa de um menino cego de Newark, Estados Unidos, que sofria uma degeneração macular bilateral e recuperou a vista em 1964 após rezar pedindo a intercessão da hoje Beata Miriam Teresa.

Irmã Maria Teresa foi beatificada no dia 4 de outubro de 2014, numa cerimônia na Catedral Basílica do Sagrado Coração, em Newark, presidida pelo Cardeal Ângelo Amato, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. Esta foi a primeira beatificação realizada em solo estadunidense.

De acordo com a Vice Postuladora da Causa da Irmã Miriam Teresa, Irmã Maria José, S.C., a mensagem da nova beata é que “todos são chamados à santidade”. A jovem Beata que viveu apenas 26 anos devido à sua precária saúde, após seu ingresso no Instituto só viveu dois anos, mas se destacou por sua busca pela perfeição e por uma extraordinária relação mística com Deus.

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