Hoje, festa de São Lucas, o evangelista narra
que, após o envio dos doze, Jesus incumbiu este numeroso grupo de setenta e
dois discípulos dos quais nos fala o evangelho de hoje. Segundo ele, a primeira
evangelização envolveu muito mais missionários do que os Doze. Pouco antes de
dar este mandato, Jesus tinha-Se dirigido a Jerusalém. Envia os setenta e dois
à sua frente para anunciarem a sua chegada a várias cidades. Este segundo envio
prefigura a experiência pessoal de Lucas, nas suas viagens com Paulo. Com o
envio dos setenta e dois, a ação missionária junto das nações não só é
legitimada, mas antecipada.
Os discípulos são enviados a todas as nações. O
trecho proclamado na liturgia de hoje apresenta o apostolado como revelação do
Reino e do juízo já presentes no mundo. Para Lucas, não se trata de anunciar a
Israel a grandeza do Reino, mas de proclamar às nações que este está próximo.
É o momento decisivo da história, em que é
oferecida a todos a possibilidade de passarem a fazer parte do Reino de Deus. O
método de trabalho missionário dos setenta e dois discípulos, o caráter e as
perspectivas da sua obra, são semelhantes aos dos Doze. As recomendações de
Jesus abrem-se com um convite a tomar consciência da situação: colheitas
abundantes e um número reduzido de trabalhadores contrapõem-se, em
significativo contraste. Daí a recomendação categórica: Pedi, portanto, ao
dono da colheita. A oração é a alma da missão. Deus, que é o proprietário
da colheita, toma a iniciativa: chama e envia.
É o convite a unirem-se à oração de Jesus, ao
seu êxodo rumo ao Pai, que se exprime, para os discípulos e para o Senhor, na
sua entrega às mãos dos homens: Envio-vos como cordeiros para o meio de
lobos.
Os missionários não podem confiar na força, no
poder ou na violência. As suas únicas riquezas são a fé e a oração, que os
mantêm fundados sobre a relação de amor pessoal com Jesus, o Mestre que os
envia.
O enviado, tal como o Senhor, estabelece com
aqueles que o recebem uma relação na qual se começa a viver a paz do Reino. O
seu comportamento leva-o a depender daqueles que o acolhem, a quem confia o seu
próprio corpo e a sua própria vida.
Portanto, o missionário está completamente
exposto, inclusive no que diz respeito ao seu sustento, aos riscos da missão:
acolhimento ou rejeição, êxito ou fracasso, ele depende da hospitalidade de
quem acolhe a mensagem, mas nada pode fazer parar ou entravar a prossecução da
sua missão: é um missionário que leva o último e urgente apelo da possibilidade
de salvação, que deve chegar aos ouvidos de todos, aos corações de todos, custe
o que custar.
Hoje celebramos:
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