quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Mês Missionário Extraordinário: 02 de outubro - “Quem é o maior no Reino dos Céus?” Mt 18,1

O episódio evangélico, com as palavras de Jesus relativas à necessidade de conversão dos discípulos, tornando-se como crianças, ilumina a profundidade da obra de conversão necessária dentro da própria Igreja para se poder desempenhar a missão a que se é chamada.
A missão pode ser contaminada a partir de dentro da comunidade dos discípulos de Jesus pelas tentações do orgulho, de serem os melhores e do poder, mesmo que esteja envolta numa linguagem religiosa.

Contra a contaminação fatal de qualquer missão, Jesus contrapõe um gesto significativo e um empenho vital: fazerem-se pequenos como as crianças. Quem quer que se sinta chamado a desempenhar uma missão, tanto dentro como fora da Igreja, precisa de passar por uma conversão muito séria: tornar-se como uma criança.

Cada um de nós já foi criança e nunca mais o voltará a ser em sentido puramente humano. Assim, cada discípulo de Jesus, que sente um chamado para determinada missão, deve ter fé em Deus, confiar n’Ele e abandonar-se apenas a Ele. O discípulo missionário deve ter a mesma confiança descomedida que as crianças têm nos seus pais, certas do seu amor e proteção e, portanto, confiantes no presente que, para eles, já é início do futuro.

Trata-se da mesma experiência que Jesus tem como Filho do seu Pai: plenamente consciente da realidade, completamente confiante e disponível para Se abandonar a Ele. Só assim, na total conformação com o próprio Jesus, o discípulo pode avançar para a missão à qual se sente chamado. O cristão que realmente se tornou criança, no sentido entendido por Jesus, aprende com a vida que a fecundidade da sua missão está nas mãos d’Aquele que ressuscitou Cristo da morte e que o envia.
Ai daquela comunidade cristã que considerasse insignificante esta fé, desprezando-a ou tornando-a objeto de compaixão: Cuidado em não desprezar nenhum destes pequeninos, pois Eu digo-vos: os seus anjos, no Céu, estão sempre na presença do meu Pai que está no Céu.
O tornar-se criança oferece ao discípulo missionário a forma da sua relação com Jesus, seu Mestre e Senhor. N’Ele descobre a sua vocação filial, de filho do Pai, e a sua livre obediência, fruto de uma pertença na fé e na missão. Filho no Filho, cada discípulo é missionário porque é enviado a anunciar, sustentado e acompanhado pelos anjos, mensageiros divinos que o mantêm aberto à contemplação, fundamento da sua missão, e aos desafios do mundo, que representam o lugar da sua conversão e do seu testemunho. Como o anjo da guarda ao qual cada um de nós é confiado, o discípulo-criança nunca deixa de contemplar, em Jesus, o rosto do Pai, para descobrir sempre e em cada um o rosto do irmão, a existência da irmã, a amar e salvar.

Hoje celebramos:

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