quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Mês Missionário Extraordinário: 10 de outubro - Se um de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: 'Amigo, empresta-me três pães, porque um amigo meu chegou de viagem e nada tenho para lhe oferecer'. Lc 11,5


No evangelho de hoje, o tema da amizade adquire uma grande importância. Sabemos que a amizade-amor de Jesus por Maria, Marta e Lázaro é muito linda. Quando Jesus é informado da morte de Lázaro, diz: O nosso amigo Lázaro adormeceu e, pouco depois, Jesus chora a morte do seu amigo; então os judeus disseram: “Vede como Ele o amava!”. Na Última Ceia, oferecendo-nos o mandamento de nos amarmos uns aos outros, Jesus diz: Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos. Sereis meus amigos se fizerdes o que vos mando. Não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu senhor; chamo-vos amigos, porque vos comuniquei tudo o que ouvi a meu Pai. Não fostes vós que Me escolhestes, fui Eu que vos escolhi a vós.

Assim, Jesus manifesta a profundidade da sua amizade-amor morrendo na Cruz por nós. Como nota São Paulo: Deus demonstra o seu amor para conosco porque Cristo morreu por nós quando ainda éramos pecadores. Cada um é chamado a experimentar que Jesus é o amigo, ou melhor, é o amigo pessoal de cada ser humano. A amizade com Cristo significa crescer em intimidade com o Mestre, bem como existir em Cristo. Essa profunda dimensão da amizade revitaliza o Espírito Santo dentro de nós.

A amizade descrita pelo evangelho de hoje não parece suficiente para obter aquilo que se pede. Ela deve ser sustentada pela insistência do pedido e pela certeza da fé de quem pede e pela capacidade de dar por parte daquele a quem se dirige o pedido, até mesmo em momentos inoportunos. A insistência do rezar sempre, sem jamais esmorecer, põe à prova e reforça a fé como relação de amizade, se não até de paternidade e filiação. Os pães e o Espírito Santo, claramente mencionados na oração, remetem-nos para evidentes conotações eucarísticas e batismais da amizade com Jesus e da relação com o seu Pai.

A insistência da oração para poder ter três pães para partilhar com o hóspede sublinha a comunhão que alimenta e que toma a seu cargo o próximo. A oração, se for autêntica, abre a relação de amizade com Deus ao próximo e impele-nos para a missão. Pede-se para si próprio e para os outros, para a Igreja, que assim formamos, graças ao Espírito do Pai e ao pão eucarístico que partilhamos. Nunca se pede apenas para si próprio: isso não seria oração. Pede-se para que cresça a comunhão e se alarguem os limites da comunidade de Jesus. Na sua exortação apostólica Evangelii Gaudium, o Papa Francisco sublinha: A Alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus.  Francisco prossegue: Somente graças a este encontro – ou reencontro – com o amor de Deus, que se converte em feliz amizade, somos resgatados da nossa consciência isolada e da autorreferencialidade [...]. Aí está a fonte da ação evangelizadora.

Hoje celebramos:

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