sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Mês Missionário Extraordinário: 04 de outubro - São Francisco de Assis

Em 1206, Francisco Bernardone, filho de um rico mercador de Assis, iniciou o seu caminho de profunda conversão e mudou radicalmente o seu estilo de vida. De rapaz despreocupado e vaidoso, enveredou por uma sincera e apaixonada busca de Deus. Cerca de dois anos mais tarde, na sua igrejinha predileta de Santa Maria dos Anjos, ficou profundamente impressionado ao escutar a passagem do Evangelho sobre o envio dos discípulos de Jesus. Quando ouviu que os apóstolos não deviam possuir ouro, nem prata, nem dinheiro, mas apenas pregar o Reino de Deus e a penitência, exclamou, cheio de alegria: “É isto que eu quero, é isto que eu peço, é isto que anseio fazer de todo o coração”. O Evangelho indicou-lhe o caminho, impelindo-o para a missão.

O anúncio do Evangelho era uma consequência natural da total adesão de Francisco a Jesus Cristo. O critério cristológico foi decisivo para o Poverello nos momentos de dúvida e de perplexidade. A sequela Christi implicava não só a pobreza, a itinerância e a fraternidade, mas também o empenho missionário. Francisco desejava ardentemente dedicar-se ao trabalho apostólico até ao sacrifício de si próprio, à maneira de Jesus. O anseio de chegar à conformidade com o Senhor suscitou nele a ideia de levar a Boa Nova aos infiéis.

A novidade do plano missionário concebido por Francisco manifesta-se no título do capítulo XVI da Regola non bollata: “Daqueles que se dirigem aos sarracenos e a outros infiéis”. Com efeito, enquanto naquela época os cruzados investiam “contra” (contra) os muçulmanos, o Poverello envia os seus frades não só “a” (ad) eles, mas envia-os até “entre” (inter), para o meio deles.

Seguidamente, Francisco apresentou duas modalidades de comportamento dos missionários no território muçulmano:
Um modo é que não provoquem litígios ou disputas, mas que se submetam a toda a criatura humana por amor a Deus e confessem que são cristãos. O outro modo é que, quando virem que isso agrada ao Senhor, anunciem a palavra de Deus para que eles creiam em Deus omnipotente, Pai e Filho e Espírito Santo, Criador de todas as coisas, e no seu Filho Redentor e Salvador, sejam batizados e se façam cristãos. (Regra non Bollata cap. XVI, 7-10: FF 43)

Nesta passagem vê-se uma nova e original estratégia missionária de Francisco. Em primeiro lugar, destaca-se o testemunho da vida animada pelo amor de Deus. A própria presença deve ser significativa e eloquente. O exemplo de fraternidade constitui o método mais eficaz e credível da evangelização. Os frades devem renunciar, portanto, a toda a pretensão de superioridade e de domínio, respeitar os diversos costumes e inserir-se, como cristãos, no contexto local. Mediante a prática das virtudes cristãs, as testemunhas silenciosas do Evangelho são chamadas a confessar com coragem e humildade a sua fé. A segunda atitude é o anúncio explícito da palavra de Deus, que só poderá ocorrer depois de uma ponderada avaliação das circunstâncias e após uma paciente espera do momento oportuno. O missionário não poderá, então, apropriar-se da Palavra, não poderá ser o usurpador impetuoso da Boa Nova, mas deverá mergulhar na escuta de Deus e perceber a sua vontade.

A ideia da missão está presente na vida de Francisco desde o início da sua conversão. Deriva do desejo de viver o Evangelho e de seguir as pegadas do Divino Mestre. A invenção do presépio para o Natal de 1223, em Greccio, e o dom dos estigmas, manifestam a sua profunda identificação espiritual e corporal com Jesus Cristo, fonte e razão da sua fé e da sua missão. Doente e debilitado pela sua vida de privações, extinguiu-se em Assis, na tarde do dia 3 de outubro de 1226.

A Igreja celebra sua memória no dia 04 de outubro.

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