domingo, 13 de outubro de 2019

Mês Missionário Extraordinário: 13 de outubro - “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? Lc 17,17


A gratidão é a memória do coração. É chocante ler que só um dos dez leprosos curados por Jesus voltou para dizer obrigado. Ser gratos não é apenas um dever social recíproco, mas uma afirmação da nossa interioridade que também se transforma num ato espiritual.
A lepra era uma doença da pele considerada castigo para os pecadores, tornava as pessoas impuras para o culto e determinava o afastamento da comunidade de quem a contraísse, obrigando-o a viver fora do convívio humano. Os leprosos eram, portanto, homens e mulheres excluídos da sociedade, forçados a vaguear na solidão, a conviver apenas com outros leprosos e a anunciar sempre a sua chegada quando passavam nas proximidades dos centros habitados. Além disso, também os humilhava o fato de terem de envergar vestes esfarrapadas e a cabeça descoberta.

Um grupo de dez leprosos vai ao encontro de Jesus. Pedem-Lhe ajuda, da forma como lhes é permitido: à distância. Dispõem apenas da sua voz, utilizando-a para gritar o mais alto possível: Jesus, Mestre, tem compaixão de nós! Tratando Jesus por Mestre, relacionam-se com Ele como discípulos, e Jesus vê-os e observa-os, pedindo-lhes que realizem um gesto muito preciso: Ide apresentar-vos aos sacerdotes.
Neste encontro inicial, a cura não tem lugar imediatamente. Fiel à Tora, Jesus ordena aos leprosos que se apresentem aos sacerdotes. Curar, portanto, implicaria a escuta da palavra de Jesus e, ficar reconhecidos para com Aquele que os curou. Nove leprosos, por muito boa intenção que tenham de obedecer à ordem de Jesus e mesmo que tenham tido o privilégio de se encontrar com Ele pessoalmente, não são capazes de correr o risco maior: de se converterem a Jesus. Só um deles o faz: um samaritano e, por isso, um “inimigo”. Quando, porém, “vê” que foi curado, “volta atrás”, ao encontro de Jesus.

A gratidão é habitualmente expressa em relação a Deus; este é o único caso, no Novo Testamento, em que esse reconhecimento se dirige a Jesus. No fim, o estrangeiro, que foi transformado pela sua fé em Jesus, está preparado para ser enviado em missão: Levanta-te e vai.

Hoje celebramos:

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