quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Mês Missionário Extraordinário: 30 de outubro - Vivian Uchechi Ogu


O heroísmo surpreendente da história de Vivian reside no modo extraordinário como ela expressou a sua fé cristã, exercendo uma grande influência sobre a vida dos outros desde a tenra idade de nove anos, e na coragem com que pôs em prática aquilo em que acreditava quando teve oportunidade disso, aos catorze anos, optando por ser morta a ser violada.

Vivian Uchechi Ogu nasceu em Benin City, no estado de Edo, Nigéria, a 1 de abril de 1995, filha de Peter Ogu, de Enyiogugu. Segunda de quatro filhos, a sua família era uma das mais empenhadas na comunidade paroquial de St. Paul.
Ao seu pai foi confiada a missão de organizar os leigos da Igreja Católica da Ascensão, perto das casernas da força aérea nigeriana.

Vivian foi batizada na igreja católica de St. Paul, a 1 de julho de 1995, e recebeu a Primeira Comunhão na mesma paróquia, a 26 de março de 2005. Frequentou a catequese para preparação do sacramento do Crisma, previsto para 2010. Nos estudos, Vivian distinguiu-se como uma das melhores alunas da escola elementar. Combinou o seu êxito escolar com o objetivo fortemente sentido de levar uma vida cristã exemplar, que inspirasse uma grande espiritualidade e um grande amor pelos irmãos e para glória de Deus.

Depois de ter frequentado a escola da Sociedade das Mulheres da força aérea nigeriana, Vivian continuou os estudos na escola secundária Greater Tomorrow, sempre em Benin City. Quando morreu frequentava o liceu. Sonhava ser advogada para lutar em defesa das causas dos pobres e dos oprimidos, sobretudo das viúvas e dos órfãos.
Tornar-se engenheira aeronáutica era outro dos seus sonhos, para provar ao mundo que essa profissão não era apenas para os homens.

O percurso espiritual de Vivian, depois do Batismo, conheceu um novo impulso através da Renovação Carismática Católica, em que começou a participar, graças aos seus pais, que eram membros do mesmo.
Era intensa a sua atividade cristã junto dos seus colegas, mediante conselhos e experiências partilhadas.

A igreja católica de St. Paul propunha que as crianças e os jovens participassem na Eucaristia dominical num lugar especialmente reservado para que recebessem uma instrução bíblica adequada e depois se pudessem juntar aos seus pais para a liturgia eucarística propriamente dita.
Depois da missa, as crianças recebiam mais ensinamentos dos animadores da catequese paroquial. Foi aí que Vivian, aos nove anos de idade, começou a revelar publicamente o seu zelo e coragem ao falar com as outras crianças da amizade com Jesus, da fé, da dignidade da pureza e da virgindade.
Vivian ingressou na comunidade da escola dominical, como então era conhecida, e no coro paroquial. Estava muito empenhada, apesar da sua tenra idade.
Após o ingresso oficial no coro da comunidade cristã, em 2005, que já frequentava, tendo notado que o maestro escolhido para substituir a diretora do coro infantil era inconstante no seu papel, Vivian assumiu o cargo de maestrina do coro pro tempore, sem que lhe tivessem pedido nem tivesse sido eleita. Desejava tanto organizar um coro capaz e disciplinado que, com a ajuda do seu pai, também elaborou um estatuto. A proposta foi aprovada pelo responsável dos animadores paroquiais, e assim nasceu o primeiro estatuto do coro das crianças da paróquia.

Nos quatro anos seguintes, sob a orientação de Vivian, o coro cresceu, passando de um pequeno grupo de cerca de vinte crianças para quase sessenta, no momento da sua morte.

Com a sua fé profunda e o seu amor a Deus e aos seus companheiros, Vivian sugeriu a ideia do sacrifício periódico. Animou as crianças a empenharem-se em vários atos de mortificação tendo em vista a salvação, a sua conversão pessoal e as necessidades materiais e espirituais das crianças mais desfavorecidas da paróquia e do mundo. Não admira, portanto, que, quando a Pontifícia Obra da Santa Infância Missionária (OPSI) foi inaugurada na paróquia de St. Paul, em 2006, Vivian tenha sido eleita por unanimidade sua primeira presidente.

Entre os projetos que coordenou com o seu empreendedorismo contou-se, por ocasião do Dia da Criança de 2008, a angariação de fundos para cobrir as despesas médicas de algumas crianças deficientes do Hospital Central de Benin City, e também para responder às necessidades de algumas crianças dos orfanatos da mesma cidade.

Movida pelo seu amor à Palavra de Deus, empenhara-se em pôr por escrito aquilo que entendia dos evangelhos. Tinha chegado ao capítulo 16 do evangelho de São Mateus quando foi morta.
Através dos cursos de formação arquidiocesanos organizados para as crianças da Obra Pontifícia da Santa Infância, Vivian travou conhecimento com a história de Santa Maria Goretti. Utilizava constantemente a história desta sua santa preferida quando convidava os seus companheiros para uma vida de fé, travando uma amizade pura com Jesus, e os instruía sobre o valor da virgindade.

Com a sua morte heroica, Vivian deu um exemplo concreto de tal ensinamento, que continuou a transmitir até à manhã do próprio dia em que morreu. Domingo, 15 de novembro de 2009, estando em casa, à noite, ladrões armados assaltaram a sua família e depois levaram Vivian e a sua irmã para fora da cidade, para uma zona rural anexa à área industrial governamental da comunidade Evboriaria.
Os ladrões tentaram violá-la, mas Vivian repeliu-os vigorosamente; dispararam contra ela, matando-a.

Depois da Santa Missa do funeral, na igreja católica de St. Paul, o seu corpo foi levado para a sua cidade natal de Aboh Mbaise, para ser sepultado, a 27 de novembro de 2009. Tendo tido notícia da morte heroica da moça, o governo do Estado de Edo concedeu à arquidiocese católica de Benim City o terreno onde Vivian morreu. Desde 2010, todos os fiéis da arquidiocese de Benin City reúnem-se no lugar da sua morte no dia 15 de novembro, por ocasião do Dia da Memória Anual de Vivian Ogu.

A 29 de março de 2014, o arcebispo de Benim City, Augustine Obiora Akubeze, inaugurou o Movimento Vivian Ogu, confiando-lhe a missão de dar a conhecer a história da sua vida exemplar, preservando a terra onde foi morta e recolhendo testemunhos das pessoas sobre as suas virtudes e os seus eventuais milagres, tendo em vista a possível promoção da causa da sua beatificação.

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