A liturgia da Palavra de hoje está focada na
potência do anúncio do Evangelho. A palavra anunciada está grávida de salvação
e, por isso, precisa encontrar ouvintes dispostos a acolhê-la e escutá-la.
O Evangelho fala-nos dos estrangeiros e da sua
relação com Deus. O Mestre é cercado pelas multidões que o assediam e denuncia
uma atitude deformadora que avilta a experiência da fé: a busca de sinais. A
geração com a qual Jesus tem de lidar é “má” porque pede continuamente
demonstrações exteriores, quase como se quisesse encerrar Deus e a sua vontade
salvífica dentro dos angustiosos parâmetros de uma relação automática, mágica,
de causa e efeito, regulável e domável pelo poder humano.
Jesus não quer dar sinal nenhum a não ser o
sinal de Jonas. O Livro de Jonas apresenta-se como um relato didático sobre a
existência de um profeta que é enviado a pregar fora de Israel, em Nínive,
capital dos assírios, inimigos acérrimos e pagãos do povo da aliança:
verdadeiros estrangeiros, em todos os sentidos, e afastados por excelência. A
inesperada missão leva Jonas a experimentar o ardente desejo que Deus tem de
chamar a si os afastados, de anunciar também aos pagãos o seu perdão, de
salvá-los graças à penitência e à conversão. Rebelde e relutante frente à
Palavra divina, Jonas torna-se sinal da atuação salvífica para os ninivitas.
O Filho do Homem também é apresentado como
sinal para a sua geração, o único sinal digno de crédito. Já na sinagoga de
Nazaré, Jesus recorda que Deus enviou os seus profetas, Elias e Eliseu, não só
para curar não-judeus, mas pagãos. Ora, Ele mostra que a sua vinda não está
destinada a levar a salvação apenas a Israel, mas a todos.
E hoje, a sua Igreja, sacramento universal de
salvação, em permanente estado de missão, é enviada a todos, convoca todos para
Cristo. Na perseguição, revive a paixão redentora do seu Senhor; no
acolhimento, experimenta a eficácia da sua Páscoa; e, no crescimento batismal
dos seus filhos, a fecundidade generosa da misericórdia e do perdão do seu
Senhor, Mestre e Esposo, Jesus Cristo.
Hoje celebramos:
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