No evangelho de hoje, é surpreendente a
afirmação de Jesus, segundo a qual a afronta contra o Espírito Santo nunca
poderá ser perdoada, se a compararmos com aquela parte do Evangelho em que se
narra a parábola do filho pródigo, cujo tema principal é o perdão dos pecados.
Os discípulos rejeitam Jesus no momento em que é
preso, como o testemunha a negação de Pedro, o primeiro dos seus apóstolos.
Pedro não consegue reconhecer nem aderir completamente a Jesus porque ainda não
assistiu à sua Paixão nem à sua Ressurreição, e ainda não recebeu o Espírito
Santo, no Pentecostes.
Depois de ter recebido o Espírito Santo, a
experiência do Evangelho está completa, e Pedro, renovado, está agora cheio da
força de Cristo ressuscitado, certo do dom da fé.
Aquele que tiver rejeitado o Filho do Homem
durante o seu ministério terreno será perdoado e terá uma nova oportunidade
através do dom do Espírito. No Pentecostes receberá, portanto, uma
possibilidade de conversão e de perdão. No entanto, como poderá ser perdoado
quem rejeita o próprio Espírito, fonte e realização do perdão, do
arrependimento e da renovação dos discípulos na Páscoa de Jesus? Trata-se de um
encerramento total, livre e consciente à ação do Espírito, ao seu movimento de
reconciliação e de perdão, a ponto de que ninguém poderá ser forçado a ser
salvo, contra a sua explícita vontade e ação.
O encontro com o Espírito de Deus ou a rejeição
do mesmo constitui uma misteriosa relação da nossa consciência e da nossa
liberdade com Deus: o nosso coração só pode ser plenamente perscrutado por Deus
e em Deus. Só Deus, que conhece os nossos corações, concede o perdão dos
pecados e a salvação.
Hoje celebramos:
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