A parábola que Jesus contou a propósito do
publicano e do fariseu mostra a sua maneira de ver as pessoas, que é a forma
correta do olhar de Deus, porque não julga pelas aparências nem com base em
preconceitos, mas por aquilo que vê com clareza nas profundezas do coração
humano, discernindo a verdadeira motivação que gera as ações e as orações das
pessoas.
Seja como for, é com a intenção de rezar que o
publicano e o fariseu se dirigem ao Templo, partilhando assim, por uns
instantes, o mesmo lugar sagrado.
No entanto, será o modo particular como cada um
deles concretizará essa intenção que determinará o seu destino respetivo e o
seu estado espiritual final.
O publicano, tendo tido a humildade e a
sinceridade de reconhecer a sua indignidade e o seu pecado e de implorar o
perdão de Deus, regressa a casa como um homem melhor, interiormente
transformado, reconciliado: frente à sua oração autêntica, a graça divina não
se fez esperar. Mais uma vez se verificou que quem se exalta será humilhado,
e quem se humilha será exaltado.
O fariseu, pelo contrário, é prisioneiro da sua
torre de orgulho espiritual. Demasiado consciente das suas próprias obras pias
meritórias e da excelência da sua classe socio religiosa, julga-se superior e
melhor do que todos os outros, levantando barreiras entre si e eles,
insultando-os e desprezando-os. Ele talvez fosse bom e piedoso até àquele
momento, mas a atitude manifestada revelou a arrogância presente no seu
coração, minando a sua suposta virtude a partir do seu interior.
Não devemos nos colocar diante de Deus, no
Templo, para nos autocelebrarmos e contemplarmos numa postura auto referencial,
olhando os outros de alto. Devemos colocar-nos diante d’Ele para um encontro de
amor e para encontrarmos os outros n’Ele. Nesse sentido, a oração é
contemplação do Senhor, celebração das maravilhas que a sua graça realiza em
cada dia no seio da fragilidade humana, celebração da sua incansável
misericórdia, que reanima aquele que está caído e que deseja levantar-se.
Hoje celebramos:
Nenhum comentário:
Postar um comentário