quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Mês Missionário Extraordinário: 17 de outubro - Ai de vós, mestres da Lei, porque tomastes a chave da ciência. Vós mesmos não entrastes, e ainda impedistes os que queriam entrar. Lc 11,52


Aquele que acredita, ao aceitar o dom da fé, é transformado numa nova criatura, recebe um novo ser, um ser filial, torna-se filho no Filho: “Abbá, Pai” é a palavra mais característica da experiência de Jesus, que se torna centro da experiência cristã.

A vida na fé, enquanto existência filial, consiste em reconhecer o dom original e radical que está na base da existência do homem, podendo resumir-se nesta frase de São Paulo aos Coríntios: “Que tens tu que não tenhas recebido?”

É precisamente aqui que se situa o cerne da polêmica de Jesus com os fariseus: o fechamento em si mesmo, a autossuficiência, uma atitude de quem se quer justificar a si mesmo diante de Deus mediante uma prática estéril da lei. Tal pessoa, mesmo quando obedece aos mandamentos, mesmo quando pratica boas obras, coloca-se a si própria no centro e não reconhece que a origem da bondade é Deus.

Quem assim atua, quem quer ser fonte da sua própria justiça, depressa a vê esgotar-se, descobrindo que nem sequer se pode manter fiel à lei. Fecha-se, isolando-se em relação ao Senhor e aos outros, e, por isso, a sua vida torna-se vã e as suas obras estéreis, como árvore longe da água. Quando o homem pensa que, afastando-se de Deus, se encontrará a si mesmo, a sua existência fracassa.

O início da salvação é a abertura a qualquer coisa que nos precede, a um dom original que afirma a vida e preserva a existência. Só abrindo-nos a essa origem e reconhecendo-a podemos ser transformados, deixando que a salvação atue em nós e torne a vida fecunda, cheia de bons frutos. A salvação pela fé consiste em reconhecer o primado do dom de Deus, como resume São Paulo: “Pela graça fostes salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.” (Ef 2,8)

Hoje celebramos:


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