O evangelho de hoje aprofunda gradualmente o
tema da relação com Deus e introduz uma dupla convicção: a neutralidade não é
possível e não há estados definitivos na vida do discípulo, a não ser a
fidelidade de Deus.
A relação com Deus manifesta-se na redução do
mal e na vitória sobre ele. O Evangelho associa o tema anterior da oração à
atividade de exorcista de Jesus: primeiro pedia-se que viesse o Reino de Deus,
agora Jesus afirma que este está a chegar e que o sinal principal do mesmo é a
expulsão dos demônios.
O mais interessante é que, os seus adversários
deturpam tudo o que foi dito anteriormente, acusando Jesus de agir em conluio
com Belzebu. Todavia, o Evangelho continua a afirmar que Jesus, graças à sua
profunda comunhão com Deus, é capaz de reduzir e de erradicar o mal que existe
nas pessoas e à volta delas.
A neutralidade não é possível. Frente à
esperança de uma verdadeira redução e eliminação do mal, não é possível ser-se
neutro, porque, como diz Jesus, quem não está comigo, está contra Mim. E
quem não recolhe comigo, dispersa. No empenho de tornar presente o Reino de
Deus, devemos tomar a decisão de ser a favor de Jesus, de recolher com Ele;
porque não fazer o bem à maneira de Jesus significa que, em certo sentido, se
está a consentir no mal. Não há estados definitivos na luta contra o mal a não
ser a vitória pascal de Jesus sobre a morte.
O discípulo missionário viverá sempre no
gerúndio: convertendo-se, empenhando-se, aprendendo; de fato, será precisamente
no dia em que quiser viver no particípio – convertido, empenhado, instruído –,
que começará a estar cheio de si, desejoso de se salvar sozinho.
Hoje celebramos:
Nenhum comentário:
Postar um comentário