quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Mês Missionário Extraordinário: 03 de outubro - Beato Paulo Manna


“No padre Paulo Manna, apreendemos um reflexo especial da glória de Deus. Gastou toda a sua existência pela causa missionária. De todas as páginas dos seus escritos emerge, viva, a pessoa de Jesus, centro da vida e razão de ser da missão.” Estas palavras de São João Paulo II (Homilia da beatificação de Paulo Manna, 4 de novembro de 2001) reproduzem, sinteticamente, a fisionomia espiritual deste grande apóstolo da evangelização ad gentes, considerado pelos estudiosos, precursor do Concílio Vaticano II.

Paulo António Manna nasceu em Avellino, a 16 de janeiro de 1872, sendo o quinto de seis filhos. Após os estudos elementares e técnicos em Avellino e Nápoles, prosseguiu os seus estudos em Roma. Enquanto tirava o curso de Filosofia na Universidade Gregoriana, sentiu a chamada do Senhor para a vida missionária e entrou no seminário do Instituto para as Missões Estrangeiras em Milão, a fim de estudar Teologia. Foi ordenado sacerdote a 19 de maio de 1894, na catedral de Milão. Destinado pelos superiores à Birmânia (hoje Myanmar), partiu a 27 de setembro de 1895 para a missão de Toungoo.

Embora condicionado por uma saúde precária, dedicou-se com incansável solicitude à evangelização e à promoção humana dos Carianos (em particular dos Ghekhù, sobre os quais escreveria mais tarde uma apreciada monografia). Os esforços das viagens, as febres maláricas e uma tuberculose incipiente forçaram-no à repatriação definitiva a 7 de julho de 1907.

Na Itália, o padre Paulo lançou-se de cabeça numa atividade intensa e diversificada de animação missionária, pondo a render os seus dotes de observador perspicaz da realidade eclesial a nível global, de conferencista, publicista e culto escritor. “Toda a Igreja para todo o mundo” viria a tornar-se no seu lema.
“Alma de fogo”, transferiu para os seus livros a sua ardente visão de fé sobre os múltiplos e complexos problemas da missão ad gentes. Desenvolveu, nesse sentido, uma análise audaz e penetrante, com intuições muitas vezes consideradas “proféticas” pelos especialistas.

Estava profundamente convencido do papel fundamental da oração na vida do missionário.
“Sede homens de vida interior, homens de oração. [...] É importante saber pregar, mas é muito mais importante saber rezar. O missionário que domina bem a língua e que sabe pregar, mas que reza pouco, exporá na perfeição a verdade da nossa santa religião, mas deixará as almas frias. O missionário que tem muita intimidade com Deus na oração, mesmo que não seja feliz na sua exposição, terá sempre o dom de instilar o espírito de Jesus Cristo nas almas, que, aliás, é aquilo que a pregação deve conseguir, em primeiro lugar. O primeiro ensinará Jesus Cristo, o outro torná-lo-á visível. Entendeis a diferença?”
“Se aquele que ensina não é homem de vida interior, a sua língua dirá coisas vazias” (São Gregório).

O padre Paulo Manna morreu em Nápoles, a 15 de setembro de 1952. Os seus restos mortais repousam em Ducenta. Foi beatificado por João Paulo II, a 4 de novembro de 2001.
A Igreja celebra sua memória no dia 15 de setembro.

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