A
justiça que Ele traz é uma justiça totalmente diferente do ‘olho por olho,
dente por dente’. É outra justiça. Podemos entendê-la quando São Paulo fala dos
cristãos como pessoas que não têm nada e
que, ao mesmo tempo, têm tudo. A segurança cristã está justamente nesse “tudo”, de Jesus. As outras coisas são
“nada” para o cristão. Para o espírito do mundo, o ‘tudo’ são as coisas: a
riqueza, as vaidades, e o “nada” é Jesus. Se um cristão caminha cem quilômetros
quando lhe pedem caminhar dez, é porque, para ele, isso é ‘nada’, e, com
serenidade, ele pode dar o manto quando lhe pedem a túnica. Este é o segredo
da magnanimidade cristã, que sempre caminha junto com a mansidão: é o “tudo”; é
Jesus Cristo.
O
cristão é uma pessoa que engrandece o próprio coração com essa magnanimidade,
porque ela tem o ‘tudo’, que é Jesus Cristo. As outras coisas são o ‘nada’. São
boas, são úteis, mas, no momento do confronto, ele sempre escolhe o ‘tudo’, com
aquela brandura, com aquela mansidão cristã que é a marca dos discípulos de Jesus:
mansidão e magnanimidade. E viver assim não é fácil, porque nós realmente
levamos muitas bofetadas, não é mesmo? E nas duas faces! Mas o cristão é
humilde, o cristão é magnânimo: ele dilata o seu coração.
O
verdadeiro cristão sabe resolver essa oposição bipolar, essa tensão entre o
tudo e o nada, do jeito que Jesus recomendou: ‘Buscai primeiro o Reino de Deus
e a sua justiça, e o resto virá por acréscimo’. O Reino de Deus é o ‘tudo’, o
resto é secundário, não é principal. E
todos os erros cristãos, todos os erros da Igreja, todos os nossos erros,
nascem daqui, quando dizemos que o nada é tudo e que o tudo… bom, parece que
ele não conta…
Seguir
Jesus não é fácil, não é fácil. Mas também não é difícil, porque, no caminho do
amor, Deus faz as coisas de modo que possamos seguir em frente. Deus mesmo
engrandece o nosso coração.
Papa Francisco – 17 de junho de 2013
Hoje celebramos:
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