domingo, 23 de junho de 2019

23 de junho - Beata Maria d’Oignies

Beata Maria d’Oignies nasceu em Nivelles, no Brabante, provavelmente em 1177, numa família abastada. Muito cedo ela nutriu um desprezo pelos prazeres em que normalmente se envolvem as pessoas mais favorecidas; nada lhe agradava tanto como a solidão, onde ela se consagrava inteiramente à meditação sobre as coisas divinas.
     
Quando ela completou catorze anos, seus pais fizeram-na desposar um jovem proveniente duma excelente família, que também possuía grande fortuna, cujo nome era João. Durante algum tempo eles viveram a vida conjugal, mas Maria conquistou seu jovem esposo ao seu ideal de vida religiosa. Juntos, na castidade, eles decidem se consagrar a Deus na pobreza e nas obras de piedade. Para o grande desgosto de seus pais e de seus amigos, eles se instalam no leprosário de Willambroux, onde eles viveram vários anos cuidando dos leprosos.
     
A personalidade brilhante de Maria aliada a uma vida de austera mortificação atraia visitantes que a consultavam sobre questões de vida espiritual. São atribuídos a ela milagres, leprosos são curados.
     
Como ela se tornou muito célebre em Willambroux, sua sede de solidão e de renúncia fez com que, de acordo com seu marido, ela deixasse Willambroux, em 1207, e se juntasse à uma pequena comunidade de religiosas beguinas instaladas junto a um mosteiro de cônegos agostinianos recentemente fundados em Oignies. As Beguinas eram mulheres piedosas que praticavam uma vida ascética em comum, parecida com a monacal, a maior parte das vezes nos chamados beguinários. Elas dedicavam-se ao cuidado dos doentes e dos pobres, assim como às tarefas caritativas e piedosas, sem estar, contudo, vinculadas a regras de clausura nem a votos públicos.

Sua reputação de santidade e de sabedoria espiritual cresceu: as pessoas vinham de longe para consultá-la.
     
Entre estes visitantes, em 1208, chegou um brilhante teólogo de Paris (mais tarde cardeal), Tiago de Vitry (+ 1240). Ele ficou encantado com a personalidade de Maria. A afinidade foi recíproca. Tiago de Vitry renunciou a uma brilhante carreira em Paris e se instalou em Oignies, onde ele se tornou discípulo, confessor e ‘pregador’ de Maria de Oignies. Ele permaneceu ali até o falecimento da beata em 1213.
     
Eram tempos complexos, a Cristandade era dilacerada pelas lutas contra as heresias dos cátaros e dos albigenses. Embora vivendo quase em clausura, Maria acompanhava os acontecimentos. Passava muitas horas noturnas em oração diante do Santíssimo Sacramento. Um dia teve a premonição de que a festa de Corpus Christi seria instituída. Com efeito, isto aconteceu em 1246, na vizinha cidade de Liège, graças a Santa Juliana de Cornillon.

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