sábado, 15 de junho de 2019

15 de junho - São Bernardo de Aosta


Bernardo viveu no século XI. Pouco se sabe sobre sua origem, não é certo, mas parece que nasceu por volta do ano 1020 e pertencia à família dos barões de Menton, da corte francesa. Entretanto documentos da época confirmam que, na Itália, Bernardo era o arquidiácono da catedral de Aosta, onde era conhecido pela oratória nas pregações.

Ele será sempre lembrado como reconstrutor de um dos pontos mais destruídos da Europa: a passagem do Monte Giove, atualmente chamada de Grande São Bernardo, onde também havia um mosteiro. Essa região de vales era uma rota importante que ligava Londres, na Inglaterra, a Perugia, na Itália, permitindo o trânsito de mercadorias, pessoas e ideias.

Desde o final do século IX, esses vales e colinas passaram a viver um inferno. Os exércitos árabes dominaram a região, achacando a população, provocando sequestros, matanças, incendiando mosteiros, igrejas e aldeias inteiras.
Até que Guilherme da Provença colocou um ponto final nessa situação. Destruiu a base armada dos árabes, provocando a retirada de todos, mas, em consequência, a região ficou completamente destruída.

Foi nesse contexto que apareceu Bernardo. Ele recuperou o mosteiro lá existente, criando uma nova comunidade religiosa, que, sob a sua direção, com determinação e competência, reorganizou a população e reconstruiu as aldeias e vales. Assim, o paraíso voltou a reinar, pouco a pouco, com os habitantes fixando-se na região.

Depois, os novos religiosos, com o tempo, converteram-se em cônegos regulares e chegaram a formar uma congregação, a qual se dedicou a evangelizar as regiões montanhosas da Ásia Central.

Outra face do Bernardo: evangelizador. Talvez a parte menos comentada de sua vida. Em sintonia com a reforma interna da Igreja, Bernardo era contra a ignorância religiosa, os maus costumes do clero, o abandono dos fiéis e o comércio das coisas espirituais.

Pois foi trabalhando nessa causa que a morte o levou, em 12 de junho de 1081, no Convento de Novara. A Europa conseguiu reerguer-se, após mil anos de invasões de árabes, normandos, eslavos e húngaros, graças a homens como Bernardo de Aosta. Seu corpo foi sepultado na catedral de Novara, na Itália.

Inscrito no Martirológio Romano em 1681, são Bernardo de Aosta foi proclamado pelo Papa Pio XI, em 1923, padroeiro dos povos dos Alpes, dos alpinistas e dos esquiadores.
Os cães que acompanhavam Bernardo e os religiosos no resgate das pessoas perdidas nas montanhas, são hoje conhecidos mundialmente como os cães São Bernardo, devendo o seu nome precisamente ao santo, que, tendo experimentado a bondade e a força desses animais, os adotou como socorristas, adestrando-os.
Seus cães, carregavam a proverbial barrica com brandy, que era uma espécie de sinal de reconhecimento: os animais com a barrica eram, seguramente, cães de São Bernardo, e portanto, salvadores.


O quadro com o título “A fé de São Bernardo”, permite-nos entrar numa cela do refúgio. Vemos o monge, de costas, a cuidar de um doente. Deste vemos apenas a mão inerte, apoiada no cobertor. Um cão, em primeiro plano, observa alguns pedaços de lenha e pinças para o caminho, indícios do auxílio prestado.
Mas o que maravilha é outro cão que, ao lado do monge, dirige o olhar para o crucifixo, quase erguendo uma oração muda.

Nenhum comentário:

Postar um comentário