O Beato Tomás
nasceu em Orvieto, cidade da Umbria, no fim do século XIII ou princípio do
século XIV. Pertencia a uma boa família da qual ele assimilou um amor ardente
pela Santíssima Virgem. Desde cedo aprendeu a orar em sua honra todos os dias, andando
pelas ruas da cidade e, quando podia, ajoelhando-se. Incansável na busca da santidade, no céu era onde
estavam concentrados todos seus pensamentos e anseios, e assim, decidiu
consagrar-se completamente a Deus numa família religiosa e, por seu imenso afeto
para com a Virgem, pediu e foi admitido na Ordem dos Servos de Santa Maria.
Nele resplandeceram
com luz as virtudes típicas dos Servos, consideradas como carisma da Ordem: a
humildade, a caridade fraternal, o espírito de serviço, a misericórdia.
Com efeito, - como
se lê nos Anais da Ordem-; “com o objetivo de se dedicar de uma vez para sempre
ao serviço da Virgem […] e de seus servos”, pediu ser agregado no número dos
frades que a gente usa chamar “leigos”. Durante muitos anos pediu esmola de
porta em porta e, exercendo este ofício, mostrou suma afabilidade, paciência e
caridade.
Sentia uma infinita compaixão
pelos pobres, a quem não só dava com alegria do que sobrava da mesa dos frades,
mas também do sustento que lhe era necessário. Deus olhou com agrado a
simplicidade com que o Beato desempenhava sua atividade e segundo o testemunho
de antigos escritores, manifestou sua aprovação com diversos prodígios.
Tão humilde na
mendicância quanto alegre em dar, foi recompensado por Deus com sinais
miraculosos tangíveis. Em contato com as mais diversas classes sociais, tocando
a pobreza dos necessitados, ele dava o máximo que podia, à custa de privar-se
do que era necessário para seu sustento.
Entre outros, um
episódio singular nos foi transmitido: durante um inverno, enquanto ele estava
viajando ao redor da missão, ele conheceu uma mulher que sempre lhe dava
esmolas e que, estando grávida, tinha um forte desejo de comer figos. Dada a
temporada, o pedido era impossível, mas Tomás prometeu que no dia seguinte iria
satisfazê-la. Depois de orar, foi até a horta e a alegria de encontrar os
frutos desejados. Havia três deles, entre cinco folhas: o frade reuniu todo o
graveto e levou-o para a mulher. O episódio ficou tão impressionado na memória
coletiva que Tomás mais tarde foi chamado de frade "da figueira" e
com esse ato assumiu sua típica representação iconográfica.
Mais tarde, a árvore
deu frutos de um sabor distinto. O Beato que ainda estava vivo operou outros
eventos excepcionais: dois cegos se curaram e um menino ficou ileso depois de
cair em um precipício.
Muitos milagres
ocorreram após sua morte em 1343. Seu sepultamento, perto do altar da Virgem
das Dores, tornou-se um local de peregrinação e uma fonte de graça.
Pelos milagres, cada
vez mais frequentes, os habitantes de Orvieto muito cedo começaram a
tributar-lhe uma grande devoção e a celebrar sua memória. Este culto, popular e
imemorável, foi ratificado e confirmado pelo papa Clemente XIII no ano 1768.
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