terça-feira, 18 de junho de 2019

Christus vivit: A Pastoral dos jovens – Diferentes áreas de desenvolvimento pastoral – nºs 224 a 229


Nºs 224 a 229

Muitos jovens são capazes de aprender a amar o silêncio e a intimidade com Deus. Aumentou também o número dos grupos que se reúnem para adorar o Santíssimo Sacramento e rezar com a Palavra de Deus. Não se subestimem os jovens como se fossem incapazes de abrir-se a propostas contemplativas; basta encontrar os estilos e modalidades adequados para os ajudar a entrar nesta experiência de tão alto valor. Relativamente aos setores do culto e da oração, em diferentes contextos, os jovens católicos pedem propostas de oração e momentos sacramentais capazes de tocar a sua vida diária, numa liturgia nova, autêntica e jubilosa.
É importante valorizar os momentos mais fortes do Ano Litúrgico, particularmente a Semana Santa, o Pentecostes e o Natal. Prezam muito também outros encontros de festa, que quebram a rotina e ajudam a experimentar a alegria da fé.

Uma oportunidade privilegiada para o crescimento e para a abertura ao dom divino da fé e da caridade é o serviço: muitos jovens sentem-se atraídos pela possibilidade de ajudar os outros, especialmente as crianças e os pobres.
Frequentemente, este serviço é o primeiro passo para descobrir ou redescobrir a vida cristã e eclesial. Muitos jovens cansam-se dos nossos programas de formação doutrinal, e mesmo espiritual, e às vezes reclamam a possibilidade de ser mais protagonistas em atividades que façam algo pelas pessoas.

Não podemos esquecer as expressões artísticas, como o teatro, a pintura e outras. De importância muito peculiar se reveste a música, que representa um verdadeiro e próprio ambiente onde os jovens estão constantemente imersos, bem como uma cultura e uma linguagem capazes de suscitar emoções e moldar a identidade. A linguagem musical constitui também um recurso pastoral, que interpela de modo particular a liturgia e a sua renovação.
O canto pode ser um grande estímulo no percurso dos jovens. Dizia Santo Agostinho: Canta, mas caminha; cantando, alivia a fadiga, mas não te dês à preguiça; canta e caminha. (...) Tu, se progrides, caminhas. Mas progride no bem, progride na verdadeira fé, progride na vida santa. Canta e caminha.

Igualmente significativa é a relevância que assume entre os jovens a prática esportiva, cujas potencialidades em chave educacional e formativa a Igreja não deve subestimar, mantendo uma presença sólida dentro dela. O mundo do esporte precisa de ser ajudado a superar as ambiguidades que o permeiam, como a mitificação dos campeões, a submissão a lógicas comerciais e a ideologia do sucesso a todo o custo.
Na base da experiência esportiva, está a alegria: a felicidade de se mover, a alegria de estar juntos, o júbilo pela vida e pelas dádivas que o Criador concede todos os dias.  

Em muitos adolescentes e jovens, desperta especial atração o contato com a criação, sendo sensíveis à salvaguarda do meio ambiente, como no caso dos escuteiros e outros grupos que organizam dias de contato com a natureza, acampamentos, caminhadas, expedições e campanhas ambientais. No espírito de São Francisco de Assis, são experiências que podem traçar um caminho para se introduzir na escola da fraternidade universal e na oração contemplativa.

Estas e outras distintas possibilidades que se abrem à evangelização dos jovens não devem fazer-nos esquecer que, para além das mudanças na história e da sensibilidade dos jovens, há dons de Deus que são sempre atuais e contêm uma força que transcende todos os tempos e circunstâncias: a Palavra do Senhor sempre viva e eficaz, a presença de Cristo na Eucaristia que nos alimenta e o Sacramento do Perdão que nos liberta e fortalece.
Podemos também mencionar a inesgotável riqueza espiritual que a Igreja conserva no testemunho dos seus Santos e no ensinamento dos grandes mestres espirituais. Embora tenhamos de respeitar as várias etapas e precisemos por vezes de esperar com paciência o momento certo, não podemos deixar de convidar os jovens para estas fontes de vida nova; não temos o direito de os privar de tanto bem.

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