As
Bem-Aventuranças constituem um novo programa de vida, para nos libertarmos dos
falsos valores do mundo e nos abrirmos aos bens verdadeiros, presentes e
futuros. Com efeito, quando Deus consola, sacia a fome de justiça e enxuga as
lágrimas dos aflitos, significa que, além de recompensar cada um de modo sensível,
abre o Reino dos Céus.
As
Bem-Aventuranças são a transposição da cruz e da ressurreição na existência dos
discípulos. Elas refletem a vida do Filho de Deus, que se deixa perseguir e
desprezar até à condenação à morte, a fim de que aos homens seja concedida a
salvação.
Um
antigo eremita afirma: As
Bem-Aventuranças são uma dádiva de Deus, e temos o dever de lhe render grandes
graças por elas e pelas recompensas que delas derivam, ou seja, o Reino dos
Céus no século vindouro, a consolação aqui, a plenitude de todo o bem e a
misericórdia da parte de Deus … uma vez que nos tivermos tornado imagem de
Cristo na terra.
O
Evangelho das Bem-Aventuranças comenta-se com a própria história da Igreja, a
história da santidade cristã, porque — como escreve são Paulo — o que é estulto
no mundo, Deus escolheu-o para confundir os sábios; e o que é fraco no mundo,
Deus escolheu-o para confundir os fortes; e o que é vil e desprezível no mundo,
Deus escolheu-o, como também as coisas que nada são, para destruir aquelas que
são. Por isso, a Igreja não teme a pobreza, o desprezo e a perseguição numa
sociedade com frequência atraída pelo bem-estar material e o poder mundano.
Santo
Agostinho recorda-nos que não é útil
padecer tais males, mas suportá-los pelo nome de Jesus, não apenas com o
espírito tranquilo, mas também com alegria.
Papa
Bento XVI – 30 de janeiro de 2011
Hoje celebramos:
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