sábado, 8 de junho de 2019

08 de junho - Beato Nicolau de Gésturi


"A pedra que os construtores deixaram de lado tornou-se a pedra mais importante" (Mt 21, 42).
Estas palavras, que no Evangelho Jesus aplicava a Si próprio, recordam o mistério da submissão e da humilhação do Filho de Deus, fonte da nossa salvação. E o pensamento dirige-se, naturalmente, ao Beato Nicolau de Gesturi, capuchinho, que encarnou de maneira singular na sua existência esta misteriosa realidade.
Homem do silêncio, ele irradiava em seu redor uma auréola de espiritualidade e de grande chamada ao absoluto. Denominado pelo povo com o afetuoso apelido de "Frei Silêncio", Nicolau de Gesturi apresentava-se com uma atitude que era mais eloquente do que as palavras: libertado do supérfluo e em busca do essencial, não se deixava distrair pelas coisas inúteis e prejudiciais, querendo ser testemunha da presença do Verbo Encarnado ao lado de cada homem.

Num mundo muitas vezes cheio de palavras e pobre de valores, há necessidade de homens e mulheres que, como o Beato Nicolau de Gesturi, ressaltem a urgência de recuperar a capacidade do silêncio e da escuta, para que toda a vida se torne um "cântico" de louvor a Deus e de serviço aos irmãos.

Papa João Paulo II – 03 de outubro de 1999

Em Gésturi, na Sardenha, no dia 04 de agosto de 1882 nasceu João Ângelo Salvador, filho de João Meda Serra e Pirama Cogoni Zeda, modestos e religiosos. Era o quarto de cinco filhos. Ficou órfão de pai aos cinco anos e aos treze perdeu também a mãe.

Foi levado para junto de Pepino Pisano, sogro da sua irmã Rita. Curado de uma grave doença reumática-articular, em março de 1911, João Meda vai para Cágliari nas colinas de Bom Caminho, no convento de Santo António, para ser recebido entre os irmãos não clérigos capuchinhos.
Recebido pelo superior, primeiro como terceiro, João Meda veste o hábito em Cágliari só no dia 30 de outubro de 1913 e recebe o nome que o tornará famoso em toda a ilha e arredores: Frei Nicolau de Gésturi.

Depois de 13 de junho de 1914, continuou o noviciado em Sanluri, com o mestre Frei Fidelis de Sassari, emitindo a profissão simples a 1 de novembro de 1914, confirmando depois a sua consagração total a Deus no dia 16 de fevereiro de 1919, com a profissão solene.

Foi-lhe confiado um primeiro serviço muito exigente: a cozinha do convento de Sassari. Substituído, foi mandado para Oristano, depois para Sanluri para reoxigenar-se no espírito do noviciado. Finalmente, a obediência e a humildade levaram-no para o centro da Sardenha, onde timidamente pedira para ser capuchinho. Aí recebe o ofício de esmoler "a santu Franciscu", por São Francisco, segundo expressão típica da Sardenha.

Por 34 anos, testemunho silencioso, andará pelos campos de Castello e Vilanova, nos lugares vizinhos de Campidano, para depois percorrer toda a cidade de Cágliari. Para somente quando encontra a "nossa irmã morte corporal", às 0h15 do dia 08 de junho de 1958.

A veneração de que se cercou foi tamanha, levando cerca de 60.000 pessoas aos seus funerais. Foi declarado Beato na praça de São Pedro, no domingo dia 03 de outubro de 1999.

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