quinta-feira, 13 de junho de 2019

13 de junho - Vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Mt 5,24


O apelo que São Paulo dirigiu aos Coríntios reveste-se hoje precisamente de uma nova atualidade: Somos embaixadores de Cristo, e é Deus que vos exorta por nosso intermédio. Suplicamos-vos, pois, em nome de Cristo: Reconciliai-vos com Deus! Se o homem não está reconciliado com Deus, está em discórdia também com a criação. Não está reconciliado consigo mesmo, gostaria de ser diferente daquilo que é, e, portanto, não está reconciliado sequer com o próximo. Além disso faz parte da reconciliação a capacidade de reconhecer a culpa e pedir perdão: a Deus e ao próximo.
 E, por fim, pertence ao processo da reconciliação a disponibilidade de fazer penitência, a disponibilidade de sofrer até ao fundo por uma culpa e de deixar-se transformar. E faz parte dela a gratuidade: a disponibilidade de fazer mais do que o necessário, de não perder tempo em cálculos, mas ir além daquilo que exigem as simples condições jurídicas.

Faz parte dela aquela generosidade da qual o próprio Deus nos deu o exemplo. Pensemos na palavra de Jesus: "Se fores apresentar uma oferta sobre o altar e ali te recordares de que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão; depois, volta para apresentar a tua oferta".

Deus que sabia que não estamos reconciliados, que via que temos algo contra Ele, levantou-Se e veio ao nosso encontro, não obstante só Ele estivesse do lado da razão. Veio ao nosso encontro até à Cruz, para nos reconciliar.
Esta é a gratuidade: a disponibilidade de dar o primeiro passo. Ser os primeiros a ir ao encontro do outro, oferecer-lhe a reconciliação, assumir o sofrimento que exige a renúncia ao próprio ter razão. Não ceder na vontade de reconciliação: disto Deus deu-nos o exemplo, sendo esta a forma para nos tornarmos semelhantes a Ele, um comportamento do qual temos necessidade sempre de novo no mundo.
Devemos aprender de novo, hoje, a capacidade de reconhecer a culpa, devemos largar a ilusão de sermos inocentes. Devemos aprender a capacidade de fazer penitência, de nos deixarmos transformar; de ir ao encontro do outro e de implorar de Deus o dom da coragem e da força para esta renovação. Neste nosso mundo de hoje, devemos redescobrir o sacramento da Penitência e da Reconciliação. 

Papa Bento XVI – 21 de dezembro de 2009

Hoje celebramos:
            SantoAntônio de Pádua

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