É
o Espírito quem garante a presença ativa do mistério na história, Aquele que
garante a sua realização ao longo dos séculos. Graças ao Paráclito a
experiência do Ressuscitado, feita pela comunidade apostólica nas origens da
Igreja, poderá ser sempre vivida pelas gerações sucessivas, porque transmitida
e atualizada na fé, no culto e na comunhão do Povo de Deus, peregrino no tempo.
E assim nós agora, no tempo pascal, vivemos o encontro com o Ressuscitado, não
só como uma coisa do passado, mas na comunhão presente da fé, da liturgia, da
vida da Igreja.
A
Tradição apostólica da Igreja consiste nesta transmissão dos bens da salvação,
que faz da comunidade cristã a actualização permanente, na força do Espírito,
da comunhão originária. Ela é chamada assim porque surgiu do testemunho dos
Apóstolos e da comunidade dos discípulos no tempo das origens, foi entregue sob
a guia do Espírito Santo nos textos do Novo Testamento e na vida sacramental,
na vida da fé, e a ela a esta tradição, que é toda a realidade sempre atual do
dom de Jesus a Igreja refere-se continuamente como ao seu fundamento e à sua
norma através da sucessão ininterrupta do mistério apostólico.
Jesus,
ainda na sua vida histórica, limitava a sua missão à casa de Israel, mas já
fazia compreender que o dom era destinado não só ao povo de Israel, mas a todo
o mundo e a todos os tempos. Depois, o Ressuscitado confia explicitamente aos
Apóstolos a tarefa de fazer discípulos de todas as nações, garantindo a sua
presença e a sua ajuda até ao fim dos tempos.
O
universalismo da salvação exige, entre outras coisas, que o memorial da Páscoa
seja celebrado sem interrupção na história até à vinda gloriosa de Cristo. Quem atualizará a presença salvífica do
Senhor Jesus mediante o ministério dos apóstolos chefes do Israel escatológico
e através de toda a vida do apóstolo da nova aliança? A resposta é clara: o
Espírito Santo.
Papa
Bento XVI – 26 de abril de 2006
Hoje celebramos:
Nenhum comentário:
Postar um comentário