sexta-feira, 8 de junho de 2018

08 de junho - Santa Maria Teresa Mankidiyan


Se o grão de trigo não cai na terra e não morre, fica sozinho. Mas se morre, produz muito fruto" (Jo 12, 24). Desde a infância, Maria Teresa Mankidiyan sabia instintivamente que o amor de Deus por ela exigia uma profunda purificação pessoal. Comprometida numa vida de oração e de penitência, a disponibilidade da Irmã Maria Teresa em abraçar a Cruz de Cristo permitiu-lhe permanecer firme diante dos frequentes mal-entendidos e das árduas provações espirituais. Sucessivamente, o paciente discernimento da sua vocação conduziu-a à fundação da Congregação da Sagrada Família, que continua a haurir inspiração do seu espírito contemplativo e do seu amor pelos pobres.
Convicta de que "Deus dará a vida eterna àqueles que convertem os pecadores e os orientam pelo caminho reto", a Irmã Maria consagrou-se a esta tarefa mediante visitas, conselhos, orações e a prática penitencial. Por intercessão da Beata Maria Teresa, todos os consagrados e consagradas sejam fortalecidos na própria vocação de rezar pelos pecadores e de atrair os outros a Cristo através de palavras e exemplos.

Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 09 de abril de 2000

Nasceu a 26 de abril de 1876 em Puthenchira, no Estado do Kerala (Índia). Como escreveu na sua autobiografia, redigida por obediência ao seu diretor espiritual, desde a mais tenra idade sentiu um intenso desejo de amar a Deus, que a levava a jejuar quatro vezes por semana e a recitar o Rosário várias vezes por dia. A sua mãe procurava dissuadi-la desses severos jejuns, mas ela persistiu neste gesto a fim de se assemelhar cada vez mais a Cristo sofredor, e chegou a consagrar a sua virgindade quando tinha apenas dez anos.
     
Como consequência da morte da sua mãe, aos 12 anos interrompeu o estudo escolar, mas continuou muito interessada no discernimento da sua vocação. Queria uma vida escondida para se dedicar à oração, e em 1891 decidiu sair de casa para levar uma vida eremítica e de penitência, mas o seu projeto fracassou. Intensificou então a sua colaboração na paróquia, juntamente com três companheiras, dedicando-se aos pobres, doentes e órfãos. Rezava pelos pecadores fazendo contínuos jejuns pela conversão deles. Esse apostolado sofreu fortes críticas, inclusive nos ambientes eclesiásticos.
     
Seus sacrifícios foram aumentados pelos ataques dos demônios que pretendiam apoderar-se de sua vontade por meio de inúmeras formas. Desejavam manchar sua pureza, induzi-la ao desespero, a renunciar à penitência, foi golpeada e ferida. Recebia a graça de suportar tantos tormentos com mansidão e humildade. Recebeu os estigmas da Paixão que zelosamente mantinha escondidos; suas levitações foram testemunhadas por muitas pessoas; em seus êxtases frequentes via a Sagrada Família e outros santos, como Santa Teresa de Jesus.
     
Maria Teresa deu conta das torturas que padecia ao seu confessor, o Servo de Deus Pe. Vithayathil, cujos conselhos ela seguia. Este sacerdote, nascido em 1865 em Ernakulam, Kerala, havia recebido a ordenação sacerdotal em 1894 e após passar por várias paroquias da diocese de Trichur, se tornou seu diretor espiritual. Ele a acompanhou e orientou

O Pe. Vithayathil informou ao Bispo sobre os fenômenos que ocorriam com a Beata, especialmente intensos entre 1902 e 1905, e que aumentaram em 1913. O Bispo, duvidando da autenticidade de tais fenômenos místicos, mandou-a submeter-se várias vezes a exorcismos.

Em 1903 ela explicou ao Vigário Apostólico de Trichur o seu desejo de fundar uma casa de retiro e oração, mas foi-lhe sugerido entrar no convento das Clarissas Franciscanas. Depois, tendo sido enviada ao convento das Carmelitas de Ollur, também ali Maria Teresa percebeu que não era esta a sua vocação.
Finalmente o Bispo compreendeu que Deus desejava uma nova Congregação religiosa ao serviço da família. No dia 14 de maio de 1914 foi erigida canonicamente a Congregação da Sagrada Família. O Padre Vithayathil foi cofundador deste novo Instituto.

Durante e após os difíceis anos da primeira guerra mundial, com indômita energia e total confiança na Providência divina, ela deu vida a três novos conventos, duas escolas, uma casa de estudos e um orfanato.

Após uma ferida se tornar gangrenosa, que não foi possível controlar devido sua diabete, Maria Teresa faleceu no dia 8 de junho de 1926, aos 50 anos de idade, em Kuzhikkattusseny. Sua obra se difundiu pelo mundo e em 2000 contava com 1592 Irmãs e 119 noviças.

No dia 9 de abril de 2000 ela foi beatificada; é a segunda religiosa indiana elevada às honras dos altares após a Beata Afonsa da Imaculada Conceição. 

Foi canonizada pelo Papa Francisco em 13 de outubro de 2019.

O Pe. Vithayathil faleceu em 8 de junho de 1964. Foi sepultado junto ao túmulo da Santa em Kerala.

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