Se o grão de trigo não cai na terra e não
morre, fica sozinho. Mas se morre, produz muito fruto" (Jo 12, 24).
Desde a infância, Maria
Teresa Mankidiyan sabia instintivamente que o amor de Deus por
ela exigia uma profunda purificação pessoal. Comprometida numa vida de oração e
de penitência, a disponibilidade da Irmã Maria Teresa em abraçar a Cruz de
Cristo permitiu-lhe permanecer firme diante dos frequentes mal-entendidos e das
árduas provações espirituais. Sucessivamente, o paciente discernimento da sua
vocação conduziu-a à fundação da Congregação
da Sagrada Família, que continua a haurir inspiração do seu espírito
contemplativo e do seu amor pelos pobres.
Convicta de que "Deus dará a vida eterna àqueles que convertem os pecadores e os
orientam pelo caminho reto", a Irmã Maria consagrou-se a esta tarefa
mediante visitas, conselhos, orações e a prática penitencial. Por intercessão
da Beata Maria Teresa, todos os consagrados e consagradas sejam fortalecidos na
própria vocação de rezar pelos pecadores e de atrair os outros a Cristo através
de palavras e exemplos.
Papa João Paulo II –
Homilia de Beatificação – 09 de abril de 2000
Nasceu a 26 de abril de 1876 em Puthenchira,
no Estado do Kerala (Índia). Como escreveu na sua autobiografia, redigida por
obediência ao seu diretor espiritual, desde a mais tenra idade sentiu um
intenso desejo de amar a Deus, que a levava a jejuar quatro vezes por semana e
a recitar o Rosário várias vezes por dia. A sua mãe procurava dissuadi-la
desses severos jejuns, mas ela persistiu neste gesto a fim de se assemelhar
cada vez mais a Cristo sofredor, e chegou a consagrar a sua virgindade quando
tinha apenas dez anos.
Como consequência da morte da sua mãe, aos 12
anos interrompeu o estudo escolar, mas continuou muito interessada no
discernimento da sua vocação. Queria uma vida escondida para se dedicar à
oração, e em 1891 decidiu sair de casa para levar uma vida eremítica e de
penitência, mas o seu projeto fracassou. Intensificou então a sua colaboração
na paróquia, juntamente com três companheiras, dedicando-se aos pobres, doentes
e órfãos. Rezava pelos pecadores fazendo contínuos jejuns pela conversão deles.
Esse apostolado sofreu fortes críticas, inclusive nos ambientes eclesiásticos.
Seus sacrifícios foram aumentados pelos
ataques dos demônios que pretendiam apoderar-se de sua vontade por meio de
inúmeras formas. Desejavam manchar sua pureza, induzi-la ao desespero, a
renunciar à penitência, foi golpeada e ferida. Recebia a graça de suportar
tantos tormentos com mansidão e humildade. Recebeu os estigmas da Paixão que
zelosamente mantinha escondidos; suas levitações foram testemunhadas por muitas
pessoas; em seus êxtases frequentes via a Sagrada Família e outros santos, como
Santa Teresa de Jesus.
Maria Teresa deu conta das torturas que
padecia ao seu confessor, o Servo de Deus Pe. Vithayathil, cujos conselhos ela
seguia. Este sacerdote, nascido em 1865 em Ernakulam, Kerala, havia recebido a
ordenação sacerdotal em 1894 e após passar por várias paroquias da diocese de
Trichur, se tornou seu diretor espiritual. Ele a acompanhou e orientou
O Pe. Vithayathil informou ao Bispo sobre os
fenômenos que ocorriam com a Beata, especialmente intensos entre 1902 e 1905, e
que aumentaram em 1913. O Bispo, duvidando da autenticidade de tais fenômenos
místicos, mandou-a submeter-se várias vezes a exorcismos.
Em 1903 ela explicou ao Vigário Apostólico de
Trichur o seu desejo de fundar uma casa de retiro e oração, mas foi-lhe
sugerido entrar no convento das Clarissas Franciscanas. Depois, tendo sido
enviada ao convento das Carmelitas de Ollur, também ali Maria Teresa percebeu
que não era esta a sua vocação.
Finalmente o Bispo compreendeu que Deus
desejava uma nova Congregação religiosa ao serviço da família. No dia 14 de
maio de 1914 foi erigida canonicamente a Congregação da Sagrada Família. O
Padre Vithayathil foi cofundador deste novo Instituto.
Durante e após os difíceis anos da primeira
guerra mundial, com indômita energia e total confiança na Providência divina,
ela deu vida a três novos conventos, duas escolas, uma casa de estudos e um
orfanato.
Após uma ferida se tornar gangrenosa, que não
foi possível controlar devido sua diabete, Maria Teresa faleceu no dia 8 de
junho de 1926, aos 50 anos de idade, em Kuzhikkattusseny. Sua obra se difundiu
pelo mundo e em 2000 contava com 1592 Irmãs e 119 noviças.
No dia 9 de abril de 2000 ela foi
beatificada; é a segunda religiosa indiana elevada às honras dos altares após a
Beata Afonsa da Imaculada Conceição.
Foi canonizada pelo Papa Francisco em 13 de outubro de 2019.
Foi canonizada pelo Papa Francisco em 13 de outubro de 2019.
O Pe. Vithayathil faleceu em 8 de junho de
1964. Foi sepultado junto ao túmulo da Santa em Kerala.
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