Quando ela completou
catorze anos, seus pais fizeram-na desposar um jovem proveniente duma excelente
família, que também possuía grande fortuna, cujo nome era João. Durante algum
tempo eles viveram a vida conjugal, mas Maria conquistou seu jovem esposo ao
seu ideal de vida religiosa. Juntos, na castidade, eles decidem se consagrar a Deus
na pobreza e nas obras de piedade. Para o grande desgosto de seus pais e de
seus amigos, eles se instalam no leprosário de Willambroux, onde eles viveram
vários anos cuidando dos leprosos.
A personalidade
brilhante de Maria aliada a uma vida de austera mortificação atraia visitantes
que a consultavam sobre questões de vida espiritual. São atribuídos a ela
milagres, leprosos são curados.
Como ela se tornou
muito célebre em Willambroux, sua sede de solidão e de renúncia fez com que, de
acordo com seu marido, ela deixasse Willambroux, em 1207, e se juntasse à uma
pequena comunidade de religiosas beguinas instaladas junto a um mosteiro de
cônegos agostinianos recentemente fundados em Oignies. As Beguinas eram
mulheres piedosas que praticavam uma vida ascética em comum, parecida com a
monacal, a maior parte das vezes nos chamados beguinários. Elas dedicavam-se ao
cuidado dos doentes e dos pobres, assim como às tarefas caritativas e piedosas,
sem estar, contudo, vinculadas a regras de clausura nem a votos públicos.
Sua reputação de
santidade e de sabedoria espiritual cresceu: as pessoas vinham de longe para
consultá-la.
Entre estes
visitantes, em 1208, chegou um brilhante teólogo de Paris (mais tarde cardeal),
Tiago de Vitry (+ 1240). Ele ficou encantado com a personalidade de Maria. A
afinidade foi recíproca. Tiago de Vitry renunciou a uma brilhante carreira em
Paris e se instalou em Oignies, onde ele se tornou discípulo, confessor e
‘pregador’ de Maria de Oignies. Ele permaneceu ali até o falecimento da beata
em 1213.
Eram tempos
complexos, a Cristandade era dilacerada pelas lutas contra as heresias dos
cátaros e dos albigenses. Embora vivendo quase em clausura, Maria acompanhava
os acontecimentos. Passava muitas horas noturnas em oração diante do Santíssimo
Sacramento. Um dia teve a premonição de que a festa de Corpus Christi seria
instituída. Com efeito, isto aconteceu em 1246, na vizinha cidade de Liège,
graças a Santa Juliana de Cornillon.
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