Em
20 de Junho de 1626, em Nagasaqui, no Japão, o padre
Francisco Pacheco foi martirizado a fogo lento juntamente com dezessete companheiros da Companhia de Jesus.
Francisco Pacheco nasceu
em 1565, em Ponte de Lima, em Portugal, e procedia de nobre linhagem. Era filho
de Garcia Lopes Pacheco e Maria Borges de Mesquita. Sobrinho de um mártir do
Japão, ficou de tal forma entusiasmado com a história do tio que fez voto de
ser também mártir, tendo apenas 10 anos. Ele assistia regularmente à
partida dos missionários jesuítas que partiam do Colégio dos Jesuítas, em
Lisboa, onde ele estudava.
Em 1585, aos 20 anos,
ingressou na Companhia de Jesus e, dois anos depois, partiu para a Índia, tendo
sido ordenado sacerdote em Goa. Em 1604 já estava no Japão.
Sobreveio às
perseguições ocorridas em 1614, tendo sido desterrado para Macau, após o que,
mudando os trajes, introduziu-se disfarçado como um mercador, e trabalhou em
Takaku e nas ilhas de Amakusa e Kani. Foi nomeado governador do bispado e
Superior dos religiosos da Companhia de Jesus que prosseguiam clandestinamente
a sua atividade missionária no Japão.
Em 1625, foi preso e encarcerado em Timabara. Era um dos
mais experientes missionários jesuítas no Japão, a sua prisão foi uma perda
grave para a comunidade cristã, lutando para sobreviver à grande
perseguição. No entanto, um ex-amigo e não um espião facilitou a sua
captura. Um apóstata cristão revelou a sua localização ao governador do
distrito que enviou 200 soldados em 18 dezembro de 1625, para cercar a casa
onde estava hospedado Pacheco. Com ele encontraram dois catequistas, Paul e
Peter Xinsuke Rinscei, ao lado do irmão Gaspar Sadamatsu e outro catequista
Joannes Kisaku também foram presos, juntamente com as famílias que os
hospedavam.
Posteriormente foi
conduzido à Nagasaqui onde foi queimado vivo. Com ele, morreram mais dois
padres jesuítas, alguns catequistas, três famílias acusadas de o terem acolhido
e ainda um menino chamado Luís. Numa das suas últimas cartas escrevia: “Estamos todos já muito cansados e
cortados, dos trabalhos desta perseguição; porém, as esperanças de nos caber
alguma boa sorte de martírio nos animam e fazem continuar e fazer da fraqueza
forças, esperando nessa hora em que nos caiba a ditosa sorte”.
O Papa Pio IX
procedeu à sua beatificação em 7 de julho de 1867.
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