terça-feira, 11 de junho de 2019

11 de junho - Beata Maria do Sagrado Coração de Jesus - Maria Schininà Arezzo


O caminho espiritual da Beata Maria do Sagrado Coração de Jesus - Maria Schininà Arezzo – é movido pela profunda penetração do amor de Deus, como Se revela no símbolo do Coração de Jesus; este amor reluziu em sua espiritualidade na contemplação, adoração e reparação.

Renunciando ao luxo e futilidade de cerimônias vazias do Palazzo Gentilizio, ela começou uma vida de serviço totalmente dedicado dos pobres, seguindo o exemplo de Jesus, que em seu amor pelos homens fez-se bom samaritano de todos os sofrimentos humanos.
Os pobres, para nossa beata, eram os doentes e os idosos, os ignorantes os necessitados de educação os mineiros das minas de betume e de enxofre que não conheciam a Deus, os que precisavam do catecismo nos presídios, onde pregava cursos e exercícios espirituais para a Páscoa. Quantos pecadores públicos, que se mostraram sensíveis às suas iniciativas de caridade!

A beatificação de Schininà na conclusão do sínodo episcopal sobre a formação sacerdotal, é uma providência divina.  A beata foi um sustento válido para numerosos sacerdotes, a quem ela serviu e venerou, como ministro da Reconciliação e da Eucaristia. Quantos sacerdotes ela protegia intensamente na vocação e também ajudava economicamente durante a vida no seminário!

Esse testemunho heroico de caridade evangélica é o "fruto" que a Beata Schininà conseguiu trazer à Igreja e à Sociedade, pois permaneceu intimamente unida ao Senhor. Seu carisma permanece sempre vivo e presente na forma providencialmente operante do Apostolado de suas Filhas: as Irmãs do Sagrado Coração de Jesus.

Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 04 de novembro de 1990


A Beata Maria Schininà Arezzo era de família nobre. Foi a quinta de seis filhos dos Barões de São Felipe e do Monte. Nasceu em Ragusa, Itália, a 10 de abril de 1844. Teve por preceptor na casa paterna um padre de grande virtude.

Quando era criança comungava duas vezes por mês e na adolescência de oito em oito dias. Apesar de tão bons princípios, a jovem deixou-se arrastar pelas vaidades do mundo. Mas não largou as práticas de piedade nem interrompeu os atos de caridade. Conduziu vida senhoril até que aos 22 anos perdeu o pai e isto a afligiu vivamente, mas nem por isso se apartou das vaidades mundanas; casados todos os irmãos, permaneceu só com sua mãe.

Aos 30 anos, inexplicavelmente, passou a assistir a Santa Missa diariamente, comungar com frequência, visitar e socorrer os pobres e doentes, e ir à igreja para fazer companhia a Jesus Sacramentado. Vestia-se com modéstia e ensinava o catecismo às crianças. Foi chamada pelo carmelita Salvatore La Perla a dirigir as Filhas de Maria dedicadas ao socorro dos pobres.

Tornou-se apóstola fervorosa da devoção ao Sagrado Coração de Jesus e a Nossa Senhora do Rosário. Mandou fazer uma coroa para a Virgem desfazendo-se de todas as suas joias para aquele efeito. Começou a sentir atração pela vida consagrada no mosteiro de clausura de Malta, mas o pároco aconselhou-a a ficar com a mãe já idosa e a cuidar dela.

Em 1884, ao morrer a mãe, desejou se retirar para o mosteiro, mas desta vez foi o Arcebispo de Siracusa que a persuadiu a fundar um Instituto religioso que se dedicasse a obras de caridade.

A partir do ano seguinte conseguiu juntar algumas companheiras que se empenharam com ela na instrução e educação da juventude, na proteção aos órfãos e na assistência aos idosos e doentes. Em 9 de maio de 1889 o próprio Arcebispo presidiu a Santa Missa em que a Beata e cinco companheiras fizeram os votos de pobreza, castidade e obediência, tomando o nome de Irmãs do Sagrado Coração de Jesus.
O Papa Leão XIII a recebeu em audiência em 1890. Em 1892 ela iniciou a construção da primeira casa do Instituto, que se tornaria a Casa-mãe.

Foi chamada para organizar em Ragusa a Associação das Damas de Caridade; hospedou em seu Instituto, de 1906 a 1908, as primeiras monjas carmelitas da cidade; de 1908 a 1909, deu asilo aos afetados pelo desastroso terremoto que destruiu Messina e Reggio Calabria.

O começo do Instituto foi difícil; a hábil fundadora superou todos os vexames e adversidades. Para socorrer a todos os necessitados não se envergonhava de pedir esmolas de porta em porta, o que para ela, que tinha sido rica, significava um ato de humildade fora do comum.

Interessou-se não apenas pelos necessitados de bens materiais, mas sobretudo pelos que precisavam de auxílio espiritual como eram os que se achavam em perigo de perder a fé. Sua caridade não tinha limites, estendeu-se também aos presos, aos quais pregava cursos de exercícios espirituais por ocasião da Páscoa. Todos os anos ela se empenhava para que os operários recebessem os sacramentos da confissão e da comunhão; as pecadoras públicas se mostravam sensíveis às suas iniciativas de caridade.

Madre Maria do Sagrado Coração de Jesus mortificava o próprio corpo e a mente; sofria de dores de cabeça constantes, mas não se permitia um só lamento, considerando-se feliz por participar da coroação de espinhos de Jesus. A sua vida era toda feita de oração e de fé, a ponto de imprimir em seu próprio peito o nome de “Jesus” com ferro quente.

Levar o “Coração de Deus às pessoas, e as pessoas ao Coração de Deus”, assim viveu a Beata até o seu falecimento em 11 de junho de 1910. As suas virtudes heroicas foram oficialmente reconhecidas em 13 de maio de 1989 e em 4 de novembro de 1990 foi beatificada. O palácio onde nasceu é hoje a sede do Episcopado de Ragusa.  


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