A leitura do Evangelho de hoje, leva-nos a
meditar sobre a multiplicação milagrosa, em que cinco pães de cevada e dois
peixes foram suficientes para dar de comer a uma multidão de cinco mil homens. Jesus
quer fazer o povo compreender o significado profundo do prodígio que realizou:
saciando de modo milagroso a sua fome física, prepara-os para aceitar o anúncio
segundo o qual Ele é o pão que desceu do céu, que sacia de modo definitivo.
Também o povo judeu, durante o longo caminho no
deserto, tinha experimentado um pão descido do céu, o maná, que o conservara em
vida até à chegada à terra prometida. Pois bem, Jesus fala de si mesmo como do
verdadeiro pão que desceu do céu, capaz de manter em vida não por um momento ou
durante um trecho do caminho, mas para sempre. Ele é o alimento que dá a vida
eterna, porque é o Filho unigênito de Deus, que se encontra no seio do Pai,
vindo para doar ao homem a vida em plenitude, para introduzir o homem na vida
do próprio Deus.
No pensamento judaico era claro que o
verdadeiro pão do céu, que alimentava Israel, era a Lei, a palavra de Deus. Agora
Jesus, manifestando-se como o pão do céu, dá testemunho de ser a Palavra de
Deus encarnada, através da qual o homem pode fazer da vontade de Deus o seu
alimento, que orienta e sustém a sua existência.
Santo Agostinho comenta: “Estavam distantes
daquele pão celeste, e eram incapazes de sentir fome dele. A boca do seu
coração estava enferma... Com efeito, este pão exige a fome interior do homem”.
Somente quem é atraído por Deus Pai, quem o ouve e se deixa instruir por Ele
pode acreditar em Jesus, encontrá-lo e alimentar-se dele para ter a vida em
plenitude, a vida eterna. Santo Agostinho acrescenta: “O Senhor... afirmou que
é o pão descido do céu, exortando-nos a crer nele. Com efeito, comer o pão vivo
significa acreditar nele. Quem crê, come; é saciado de modo invisível, e
igualmente de modo invisível renasce. Ele renasce a partir de dentro e, no seu
íntimo, torna-se um homem novo”.
Hoje celebramos:
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