terça-feira, 28 de abril de 2020

28 de abril - Beata Maria Luísa de Jesus Trichet


Maria Luísa Trichet (ou Maria Luísa de Jesus), com São Luís Maria Grignion de Montfort, é a cofundadora da Congregação das religiosas chamadas “Filhas da Sabedoria”.

Ela nasceu em Poitiers (França), no dia 07 de maio de 1684, tendo sido batizada no mesmo dia.  Filha de uma família de oito filhos, recebeu sólida educação cristã, tanto no seio da família, quanto na escola. Aos 17 anos, encontrou-se pela primeira vez com São Luís Maria Grignion de Montfort, que acabara de ser nomeado como capelão do hospital de Poitiers. Sua fama de pregador e de confessor, já era notável entre a juventude daquela região. No confessionário dá-se o primeiro encontro entre estas duas almas sedentas de Deus, ambas desejosas de dedicação à salvação dos homens e ao amparo dos desprotegidos. Diante dos sinais evidentes de vocação, o Padre Montfort afirmou sem rodeios: "Foi Nossa Senhora que te enviou. Tornar-te-ás religiosa".

Espontaneamente, Maria Luísa ofereceu seus serviços ao hospital.  Ela consagra uma boa parte de seu tempo, aos pobres e aos enfermos.  Diante da sua dedicação, São Luís prontamente a pediu para que ali permanecesse.  A este convite, Maria Luísa respondeu com sua entrega total. Mesmo não havendo posto vago para o cargo de governanta, aceitou ser admitida somente como simples colaboradora.

“Você voltará louca como este sacerdote”. “Que ideia, quando se é bela, jovem e de boa família, vestir um hábito cinza (2 de fevereiro de 1703) e passar seu tempo a cuidar de vagabundos, enfermos e empestados!  Que loucura seguir este sacerdote louco!” - lhe havia dito a sua mãe

Durante dez anos, Maria Luísa desempenhou com a maior perfeição possível, seu humilde serviço de cuidar dos inválidos.  Nesta época, São Luís havia deixado Poitiers e Maria Luísa permaneceu à frente dos serviços.

A célebre cruz que Montfort havia deixado, está colocada no centro do hospital.  Maria Luísa leva uma cruz sobre sua túnica cinza, porém, de todo o coração.  Com efeito, continua a realizar seu esgotador trabalho de cada dia, enfrentando a ausência pela diminuição do número de companheiras, além de sofrer dura perda do falecimento de suas irmãs e de seu irmão, jovem sacerdote morto por causa da peste, vitimado pela sua extrema abnegação.

Nesta fase deu-se o início da Congregação das Irmãs “Filhas da Sabedoria”, em 1714 com a chegada da primeira companheira, Catarina Brunet e consolidada em 1715, com a fundação em La Rochele, com duas novas recrutas: Maria Regnier e Maria Velleau.
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No ano seguinte (1716), morre prematuramente São Luís Maria de Montfort, com a idade de 43 anos.  Este fato, a princípio, desestabilizou a jovem congregação, abalada duramente por esta notícia, tanto dolorosa, quanto inesperada. Foi neste momento que, Maria Luísa encontrou forças para reerguer o ânimo de todos, lembrando-se da frase escrita por São Luís: “Se não se arrisca algo por Deus, nada de grande se fará por Ele”.

Durante 43 anos Maria Luísa de Jesus, só, forma suas companheiras, conduz e desenvolve as fundações que se multiplicam:  Escolas de caridade, visitas e cuidados aos enfermos, sopa popular para os mendigos, gestão de grandes hospitais marítimos na França. 

Os pobres do hospital de Nior (Deux-Sèvres) a chamavam “A boa Madre Jesus”.  Nisto expressava-se tudo! Seu lema de vida era muito simples: “É necessário que eu ame a Deus ocultamente, em meu próximo” (Coro de um cântico composto por Luís Maria de Montfort, destinado às Filhas da Sabedoria).

Quando ela morreu em Sant Laurent sur Sévre, em 28 de abril de 1759, a congregação contava com 174 religiosas, presentes em 36 comunidades, mais a casa da Madre.  São Luís Maria de Montfort e a Beata Maria Luísa de Jesus, descansam juntos, na Igreja paroquial de São Lourenço.

Desde este momento, as Filhas da Sabedoria atravessaram os séculos arrebanhando milhares e milhares de vocações, pelo chamado à entrega total, pela loucura do Amor de Deus e dos pobres.   Hoje, elas estão presentes nos cinco continentes. 

Em 16 de maio de 1993, Maria Luiza de Jesus (Trichet), foi beatificada pelo Papa João Paulo II, em Roma, que na sua homilia declarou:

O Evangelho nos fez ouvir as palavras de Jesus: "Se alguém me ama, guardará minha palavra". Manter a palavra de Cristo, a eterna sabedoria de Deus, permanecer fiel aos seus mandamentos é aprender, como Madre Maria Luiza de Jesus fez na escola de São Luís Maria de Montfort, a meditar sobre a riqueza infinita de sua presença e ação no mundo.

Maria Luísa, de Jesus, permitiu-se ser tomada por Cristo, ela que apaixonadamente buscou a aliança interior da sabedoria humana com a eterna Sabedoria. E o desenrolar natural desse vínculo de profunda intimidade foi uma ação apaixonadamente dedicada aos mais pobres de seus contemporâneos. A adoração da Sabedoria do Pai, encarnada no Filho, sempre leva a servir diariamente aqueles que nada têm para agradar aos homens, mas que permanecem queridos por Deus.

Hoje de manhã, irmãos e irmãs, agradecemos ao Senhor pelo fundamento da grande família religiosa das Filhas da Sabedoria, fruto da santidade pessoal de São Luís Maria e da abençoada Maria Luísa de Jesus. Sua eminente caridade, seu espírito de serviço, sua capacidade de manter, como a Virgem Maria, "todas as coisas em seus corações", agora nos são dados como exemplos e compartilhados.

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