sábado, 4 de abril de 2020

04 de abril - Não percebeis que é melhor um só morrer pelo povo do que perecer a nação inteira?Jo 11,50

Jesus levou ao extremo a manifestação do amor misericordioso do Pai. Muitos não suportam nem gostam desta opção de Jesus; antes, manifestam o seu descontentamento, inicialmente por entre dentes, mas no final aos gritos, procurando desacreditar o seu comportamento e o de quantos estão com Ele.

Não aceitam e rejeitam esta opção de estar próximo e oferecer novas oportunidades. Sobre a vida do povo, parece-lhes mais fácil colocar etiquetas e rótulos que congelam e estigmatizam não só o passado, mas também o presente e o futuro das pessoas. Rótulos que, em última análise, nada mais produzem senão divisão: daqui os bons, além os maus; daqui os justos, além os pecadores.

Este procedimento contamina tudo, porque levanta um muro invisível que faz pensar que marginalizando, separando e isolando resolver-se-ão, magicamente, todos os problemas. E, quando uma sociedade ou comunidade se decide por isso, limitando-se a criticar e murmurar, entra num círculo vicioso de divisões, censuras e condenações; entra numa conduta social de marginalização, exclusão e oposição tal que leva a dizer irresponsavelmente como Caifás: “Convém que morra um só homem pelo povo, e não pereça a nação inteira”. E, normalmente, a corda quebra pelo ponto mais fraco: o dos mais frágeis e indefesos.

Que pena faz ver uma sociedade que concentra as suas energias mais em murmurar e indignar-se do que em comprometer-se, empenhar-se por criar oportunidades e transformação!

Papa Francisco – 25 de janeiro de 2019

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