"E,
quando Eu for levantado da terra, atrairei todos a Mim". A promessa de Jesus realiza-se
maravilhosamente inclusive na vida de Maria
Isabel Hesselblad. Assim como a sua compatriota Santa Brígida,
também ela adquiriu uma profunda compreensão da sabedoria da Cruz através da
oração e nos eventos da própria vida.
Primeiro
a experiência de pobreza; depois, o contato com os enfermos que a
impressionavam pela serenidade e confiança na ajuda de Deus; e, não obstante os
numerosos obstáculos, a perseverança na fundação da Ordem do Santíssimo
Salvador de Santa Brígida ensinaram-lhe que a Cruz se encontra no âmago da vida
humana e constitui a derradeira revelação do amor do nosso Pai celestial.
Meditando constantemente a palavra de Deus, a Irmã Isabel foi confirmada no seu
propósito de trabalhar e rezar para que todos os cristãos sejam um só.
Ela
estava persuadida de que, ouvindo a voz de Cristo crucificado, eles haveriam de
congregar-se num só rebanho, sob um único Pastor, e desde o início mesmo a sua
fundação, caracterizada pela espiritualidade eucarística e mariana,
comprometeu-se na causa da unidade cristã mediante a oração e o testemunho
evangélico. Por intercessão da Beata Maria Isabel Hesselblad, pioneira do ecumenismo,
Deus abençoe e fecunde os esforços que a Igreja despende em vista de edificar
uma comunhão cada vez mais profunda e de promover uma cooperação sempre mais
eficaz entre todos os seguidores de Cristo. Ut unum sint!
Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação –
09 de abril de 2000
Maria
Isabel nasceu em Faglavik (Suécia), a 4 de junho de 1870, numa família
luterana. Desde a sua adolescência, ao ver que as suas companheiras
frequentavam diversas Igrejas, perguntava-se qual seria o único rebanho a que
se referia o Evangelho de São João.
Para
ajudar a manter a sua família, aos 16 anos pôs-se a trabalhar como doméstica e,
dois anos depois, emigrou para os Estados Unidos, onde passou a trabalhar como
enfermeira num hospital de Nova Iorque. O contato com os doentes católicos e o
grande desejo de encontrar a verdade contribuíram para manter viva na sua alma
a busca do rebanho de Cristo.
A
oração, o estudo e a devoção filial para com a Mãe do Redentor conduziram-na
decididamente à Igreja católica. Guiada por um douto jesuíta, estudou com
paixão a doutrina católica e, com meditada opção, aceitou-a recebendo o batismo
"sob condição". A cerimônia do batismo teve lugar no Convento da
Visitação, em Washington, no dia 15 de agosto de 1902. Dois anos mais tarde
deslocou-se para Roma, onde recebeu a Confirmação e compreendeu claramente que
devia dedicar-se à unidade dos cristãos. Visitou também o templo e a casa de
Santa Brígida da Suécia e, profundamente impressionada enquanto se encontrava
em oração nesse lugar, sentiu que Deus lhe dizia: "É aqui que desejo que te ponhas ao meu serviço".
No
dia 25 de março de 1904 estabeleceu-se definitivamente em Roma e com uma
especial permissão do Papa Pio X, vestiu o hábito brigidino na casa de Santa
Brígida, então ocupada pelas Carmelitas. A 9 de Setembro de 1911, começando com
três jovens postulantes inglesas, restabeleceu a Ordem do Santíssimo Salvador e de Santa Brígida, com a missão de
orar e trabalhar de modo especial pela união dos cristãos na Escandinávia com a
Igreja católica.
Desde
o início, infundiu nas suas filhas espirituais a inquietude ecumênica, o amor à
Igreja e ao Romano Pontífice, e a necessidade de orar para que haja um único
rebanho e um só Pastor, dizendo-lhes:
"Esta é a finalidade principal da nossa vocação".
Viveu
de modo sereno a vontade de Deus e assim se preparou para o encontro definitivo
com o Esposo divino, que a chamou para junto de Si nas primeiras horas do dia
24 de abril de 1957, após uma longa vida, marcada pelo sofrimento e pela
doença.
Foi
beatificada pelo Papa João Paulo II em 09 de abril de 2000 e canonizada pelo
Papa Francisco em 05 de junho de 2016.
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