quarta-feira, 24 de abril de 2019

24 de abril - Santa Maria Isabel Hesselblad


"E, quando Eu for levantado da terra, atrairei todos a Mim". A promessa de Jesus realiza-se maravilhosamente inclusive na vida de Maria Isabel Hesselblad. Assim como a sua compatriota Santa Brígida, também ela adquiriu uma profunda compreensão da sabedoria da Cruz através da oração e nos eventos da própria vida.
Primeiro a experiência de pobreza; depois, o contato com os enfermos que a impressionavam pela serenidade e confiança na ajuda de Deus; e, não obstante os numerosos obstáculos, a perseverança na fundação da Ordem do Santíssimo Salvador de Santa Brígida ensinaram-lhe que a Cruz se encontra no âmago da vida humana e constitui a derradeira revelação do amor do nosso Pai celestial. Meditando constantemente a palavra de Deus, a Irmã Isabel foi confirmada no seu propósito de trabalhar e rezar para que todos os cristãos sejam um só.

Ela estava persuadida de que, ouvindo a voz de Cristo crucificado, eles haveriam de congregar-se num só rebanho, sob um único Pastor, e desde o início mesmo a sua fundação, caracterizada pela espiritualidade eucarística e mariana, comprometeu-se na causa da unidade cristã mediante a oração e o testemunho evangélico. Por intercessão da Beata Maria Isabel Hesselblad, pioneira do ecumenismo, Deus abençoe e fecunde os esforços que a Igreja despende em vista de edificar uma comunhão cada vez mais profunda e de promover uma cooperação sempre mais eficaz entre todos os seguidores de Cristo. Ut unum sint!
Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 09 de abril de 2000

Maria Isabel nasceu em Faglavik (Suécia), a 4 de junho de 1870, numa família luterana. Desde a sua adolescência, ao ver que as suas companheiras frequentavam diversas Igrejas, perguntava-se qual seria o único rebanho a que se referia o Evangelho de São João.

Para ajudar a manter a sua família, aos 16 anos pôs-se a trabalhar como doméstica e, dois anos depois, emigrou para os Estados Unidos, onde passou a trabalhar como enfermeira num hospital de Nova Iorque. O contato com os doentes católicos e o grande desejo de encontrar a verdade contribuíram para manter viva na sua alma a busca do rebanho de Cristo.

A oração, o estudo e a devoção filial para com a Mãe do Redentor conduziram-na decididamente à Igreja católica. Guiada por um douto jesuíta, estudou com paixão a doutrina católica e, com meditada opção, aceitou-a recebendo o batismo "sob condição". A cerimônia do batismo teve lugar no Convento da Visitação, em Washington, no dia 15 de agosto de 1902. Dois anos mais tarde deslocou-se para Roma, onde recebeu a Confirmação e compreendeu claramente que devia dedicar-se à unidade dos cristãos. Visitou também o templo e a casa de Santa Brígida da Suécia e, profundamente impressionada enquanto se encontrava em oração nesse lugar, sentiu que Deus lhe dizia:  "É aqui que desejo que te ponhas ao meu serviço".

No dia 25 de março de 1904 estabeleceu-se definitivamente em Roma e com uma especial permissão do Papa Pio X, vestiu o hábito brigidino na casa de Santa Brígida, então ocupada pelas Carmelitas. A 9 de Setembro de 1911, começando com três jovens postulantes inglesas, restabeleceu a Ordem do Santíssimo Salvador e de Santa Brígida, com a missão de orar e trabalhar de modo especial pela união dos cristãos na Escandinávia com a Igreja católica.

Desde o início, infundiu nas suas filhas espirituais a inquietude ecumênica, o amor à Igreja e ao Romano Pontífice, e a necessidade de orar para que haja um único rebanho e um só Pastor, dizendo-lhes:  "Esta é a finalidade principal da nossa vocação".
Viveu de modo sereno a vontade de Deus e assim se preparou para o encontro definitivo com o Esposo divino, que a chamou para junto de Si nas primeiras horas do dia 24 de abril de 1957, após uma longa vida, marcada pelo sofrimento e pela doença.
Foi beatificada pelo Papa João Paulo II em 09 de abril de 2000 e canonizada pelo Papa Francisco em 05 de junho de 2016.


Nenhum comentário:

Postar um comentário