Catarina Kosic
nasceu em 25 de novembro de 1493 em Relezi, aldeia nas montanhas que pode ser
vista a partir de Kotor, região que hoje pertence ao país Montenegro. Seus
pais, muito humildes, eram ortodoxos gregos e nesta fé Catarina foi batizada
Durante sua infância
e adolescência Catarina foi pastora de ovelhas. Com sua inclinação
contemplativa soube descobrir, nas magníficas paisagens de sua formosa
Montenegro, a beleza do Criador. Se enamorou do Autor de tantas maravilhas. Na
solidão do monte, Deus se lhe mostrava e imprimia em seu coração uma atração
irresistível.
Catarina adolescente
pensava que na cidade de Kotor, tendo ela tantas igrejas, poderia ter mais
oportunidade de rezar, e convenceu sua mãe para ir para Kotor. Sua mãe
conseguiu trabalho em Kotor: foi servir como criada numa casa de família de um
senador, muito rico, ótimo católico.
A família Bucá
permitia que a jovem Catarina frequentasse a igreja, onde passava horas, que
eram sua alegria. Em Kotor Catarina se converteu ao Catolicismo romano, se
confessou e recebeu sua primeira Comunhão.
Ela aprendeu a ler e
a escrever durante seu tempo livre. Era de uma inteligência privilegiada. Leu
livros religiosos em latim e italiano, e muito especialmente as Sagradas
Escrituras.
No final da
adolescência, Catarina se sentiu chamada a viver como anacoreta. Embora a
considerassem muito jovem para tal vocação, seu diretor espiritual a aceitou e
a fez emparedar em uma cela construída próximo da igreja de São Bartolomeu, em
Kotor. Ela assim se retirou numa vida de ascetismo e de reclusão.
Por uma janela
Catarina podia assistir a Santa Missa e por outra as pessoas podiam se
aproximar dela para pedir-lhe orações ou dar-lhe algum alimento. Catarina fez
as promessas de costume de estabilidade e a porta foi selada.
Entregue à
contemplação dos mistérios divinos e à uma contínua oração, não se preocupou
somente com sua salvação pessoal, mas colaborou eficazmente na dos demais,
sendo-lhe atribuídas numerosas graças para sua cidade.
A jovem desejava uma
vida de total identificação com Cristo. Então, em 25 de janeiro de 1515,
ingressou na Ordem Secular de São Domingos, tomando o hábito e mudando seu nome
para Hosana, em honra a outra ilustre terciária: a Beata Hosana de Mântua, que
havia falecido com fama de santidade em 1505. Seu confessor era o dominicano
Frei Tomas Bosco.
Depois que um
terremoto que destruiu sua primeira ermida, se transladou, em 1521, para uma
cela junto à igreja de São Paulo.
Viveria como
dominicana os 52 anos seguintes de sua vida, dedicada à contemplação da Paixão
de Cristo, à penitência e às boas obras.
Um grupo de irmãs
dominicanas que surgiu em Kotor colocou sua residência próximo dela, a
consultavam, ela as dirigia pelos caminhos da perfeição cristã. A consideravam
sua fundadora, embora ela nunca tenha visto o local do convento.
Em sua pequena cela,
Hosana teve muitas visões. Via o Menino Deus, a Virgem Maria e vários santos.
Viveu uma elevada união mística com Nosso Senhor Jesus Cristo.
Por sua vida santa,
em Kotor a chamavam “a trombeta do Espírito Santo” e “mestra mística”. Pessoas
de todas as partes vinham até ela em busca de conselho. Ela recebia as pessoas
do povo que se aproximavam dela com grande alegria e levava todos a viver uma
vida cristã autêntica.
Hosana intercedeu
particularmente pela paz na cidade e entre as famílias e por isso também era
chamada de “virgem reconciliadora” e “anjo da paz”. Foi realmente um anjo
tutelar para Kotor.
Quando em 9 de
agosto de 1539 a cidade foi atacada pelos turcos e Kotor se viu ameaçada, os cidadãos
recorreram a Hosana para pedir-lhe ajuda. O povo atribuiu o triunfo as suas
orações e conselhos. Em outra ocasião intercedeu para livrar Kotor de uma
praga.
A Beata Hosana
faleceu no dia 27 de abril de 1565, na idade de setenta e dois anos. O seu
corpo incorrupto ficou enterrado na igreja de São Paulo até 1807, quando o
exército francês invasor converteu a igreja em um armazém, então seu corpo foi
transladado para a igreja de Santa Maria, convento dos franciscanos.
Em 1905 o processo
para sua beatificação foi iniciado em Montenegro e terminou com êxito em Roma.
Seu culto foi confirmado por Pio XI em 21 de dezembro de 1927, que a invocou
como intercessora para a unidade da Igreja; foi beatificada em 1934. Sua festa
é 27 de abril. É patrona da cidade de Kotor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário