Celebramos hoje o Domingo de Ramos da Paixão do
Senhor. Fato estranho à primeira vista: o clima de festa e de triunfo que iniciamos
cantando o Hosana, culmina no crucifica-o!
Mas este não é um contrassenso, é, antes, o
coração do mistério. O mistério que se proclama é este: Jesus se entregou
voluntariamente a sua Paixão; não se sentiu esmagado por forças maiores do que
ele; foi ele que, perscrutando a vontade do Pai, compreendeu eu havia chegado a
hora e a acolheu com a obediência livre do filho e com infinito amor para os
homens.
A narrativa da Paixão termina com a pedra
rolada na entrada do sepulcro, sabemos, porém, que aquela pedra não adiantou:
Jesus ressuscitou e está sentado à direita de Deus Pai. Contudo, enquanto dura
este mundo de dor e de pecado, ele está ainda misteriosamente no sepulcro,
porque com aqueles que sofrem, sofre ele também. A Semana Santa nos deve
recordar sobretudo isto.
Destes três mistérios: crucificação, sepultura
e ressurreição, nós cumprimos na vida presente aquilo cujo símbolo é a cruz,
enquanto cremos com fé e esperança naquilo cujo símbolo é a sepultura e a
ressurreição de Cristo. Agora se diz ao homem: “Toma tua cruz e segue-me”.
Toda nossa vida é, em certo sentido, uma “semana
santa” se a vivemos com coragem e fé, na espera do “oitavo dia” que é o grande
domingo do repouso e da glória eterna.
Neste tempo, Jesus repete o convite que dirigiu
a seus discípulos no Horto das Oliveiras: “Ficai aqui e vigiai comigo”.
Hoje celebramos:
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