Hoje, enquanto sopram no mundo ventos de guerra
e um modelo de progresso já ultrapassado continua a produzir degradação humana,
social e ambiental, o Natal lembra-nos o sinal do Menino convidando-nos a
reconhecê-Lo no rosto das crianças, especialmente daquelas para as quais, como
sucedeu a Jesus, «não há lugar na hospedaria» (Lc 2, 7).
Vemos Jesus nas inúmeras crianças constrangidas
a deixar o seu país, viajando sozinhas em condições desumanas, presa fácil dos
traficantes de seres humanos. Através dos seus olhos, vemos o drama de tantos
migrantes forçados que chegam a pôr a vida em risco, enfrentando viagens
extenuantes que por vezes acabam em tragédia. Revejo Jesus nas crianças que
encontrei durante a minha última viagem ao Myanmar e ao Bangladesh, e espero
que a Comunidade Internacional não cesse de trabalhar para que seja
adequadamente tutelada a dignidade das minorias presentes na região. Jesus
conhece bem a tribulação de não ser acolhido e a dificuldade de não ter um
lugar onde poder reclinar a cabeça. Que o nosso coração não fique fechado como
ficaram as casas de Belém.
Que o Emmanuel seja luz para toda a humanidade
ferida. Enterneça o nosso coração frequentemente endurecido e egoísta e nos
torne instrumentos do seu amor. Através dos nossos pobres rostos, dê o seu
sorriso às crianças de todo o mundo: às crianças abandonadas e a quantas
sofreram violências. Através das nossas frágeis mãos, vista os pobres que não têm
nada para se cobrir, dê o pão aos famintos, cuide dos enfermos. Pela nossa
frágil companhia, esteja próximo das pessoas idosas e de quantas vivem
sozinhas, dos migrantes e dos marginalizados. Neste dia de festa, dê a todos a
sua ternura e ilumine as trevas deste mundo.
Papa Francisco –
trechos da Mensagem Urbi et Orbi de 2017 e 2019
Hoje celebramos:
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